Por que Anitta e Gil do Vigor podem tirar milhares de brasileiros da pobreza

Em breve teremos Anitta no conselho de administração do Nubank, um dos maiores bancos digitais da América Latina, e Gil do Vigor, no programa de Ana Maria Braga, na Globo, falando sobre economia. Alguns especialistas podem até não gostar da novidade, mas para a maior parte da população, as notícias são ótimas.

Muito se discute sobre o problema da educação no Brasil. Menos comentado é o analfabetismo financeiro do brasileiro, a falta de acesso de muitos cidadãos ao sistema bancário e como esses fatores contribuem para milhões de pessoas seguirem na pobreza. Ainda existem 34 milhões de brasileiros sem conta bancária ou que as usam com pouca frequência.

Dados de um estudo do Instituto Locomotiva, referentes a janeiro de 2021, mostram que 10% dos brasileiros não tinham conta em banco (16,3 milhões) em janeiro de 2021, enquanto outros 11% (17,7 milhões) não movimentaram a conta no mês anterior. Ou seja, 21% dos brasileiros não têm conta ou usam muito pouco. 

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Estamos também entre as nações com os maiores juros do mundo e os bancos com maior rentabilidade do planeta. Tomar dinheiro emprestado no Brasil é difícil e caro. E isso é um problema, porque começar um novo negócio sem se endividar para investir na abertura do empreendimento é quase impossível, principalmente para pequenos e médios empresários.

Como Gil e Anitta podem ajudar?

Anitta entrou para o conselho do Nubank, com valor de mercado estimado em mais de R$ 150 bilhões. Ter a cantora sentando com quem decide o futuro do banco digital significa dar voz à periferia dentro de uma das maiores instituições financeiras do país. E uma voz feminina.

"Ferramentas financeiras para poupança, seguro, pagamentos e crédito são uma necessidade vital para pessoas pobres, especialmente mulheres, e podem ajudar famílias e comunidades inteiras a saírem da pobreza", diz Melinda French Gates, ativista e ex-mulher do bilionário Bill Gates.

Sem uma conta bancária, as pessoas não podem economizar o suficiente e o dinheiro não está bem protegido. A economia digital também tem a vantagem de manter um registro claro das atividades financeiras, que os bancos podem usar ao conceder empréstimos. Os empréstimos estão entre as ferramentas financeiras essenciais para o crescimento e estabilidade financeira.

“Ok ok. Entrei [no] Nubank pra ser a voz do povo. Ok. Primeiro assunto que levanto na próxima reunião do conselho é aumentar o crédito de vocês. Se acalmem", postou Anitta em seu Instagram. Se a funkeira for bem-sucedida em facilitar o acesso ao crédito, fará mais pelos brasileiros do que muito programa assistencial. 

Atualmente, a artista é a maior e mais influente celebridade do país. Também é uma empresária de sucesso e inspiração para milhares de jovens meninas da periferia.

O Brasil tá lascado, mas dá para melhorar

Mas não basta ter conta em banco e crédito. É importante ter noções básicas de investimento e uso racional do dinheiro. Historicamente, comentaristas de economia e jornalistas que tratam desses temas têm uma imagem séria e elitista. Falam prioritariamente para os empresários e investidores, não para o povão. Tem muita gente boa e competente nesse mercado, mas é difícil concorrer com o carisma de Gil do Vigor e sua gigantesca exposição na TV e redes sociais.

Se Gilberto Nogueira, que é economista e em breve fará um doutorado nos Estados Unidos, conseguir cativar o público falando de economia como fez no BBB21, o impacto será profundo.

Os benefícios da boa gestão financeira são subestimados ou desconhecidos por boa parte da população. Muitos imaginam que isso está limitado à elite, mas graças aos bancos digitais e startups financeiras, o acesso é cada vez mais democrático.

Anitta e Gil do Vigor são referências na mídia. Agora, eles têm a chance de usar essa influência para revolucionar a economia brasileira e reduzir a desigualdade social ao trazer o povão para o sistema financeiro e aumentar o conhecimento para se investir melhor. Se forem bem-sucedidos, isso contribuirá para a melhora da economia e milhares de pessoas mais distantes da pobreza.