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SUCESSO MESMO?

Pedaço de Mim teve menos público no mundo todo do que Renascer só no Brasil

REPRODUÇÃO/NETFLIX e TV GLOBO

Montagem com fotos de Vladimir Brichta em Pedaço de Mim e em Renascer

Vladimir Brichta em Pedaço de Mim e em Renascer; novela "flopada" é mais vista que série de sucesso

LUCIANO GUARALDO

luciano@noticiasdatv.com

Publicado em 20/8/2024 - 6h10

Lançada pela Netflix em 5 de julho, a série brasileira Pedaço de Mim segue entre as produções mais vistas do streaming no mundo todo --e até chegou a liderar o ranking mundial. Entretanto, o nível de sucesso do melodrama é questionável: ao longo de seis semanas, a atração com Juliana Paes e Vladimir Brichta teve menos público no mundo todo do que um capítulo de Renascer somente no Brasil.

Segundo dados revelados pela própria Netflix semanalmente, Pedaço de Mim foi vista, até o momento, por 16,7 milhões de assinantes --em junho do ano passado, a plataforma mudou seu critério de audiência, dando mais valor ao consumo por contas do que ao número de horas assistidas.

Já a novela das nove da Globo, considerada um fracasso por estar muito aquém dos índices esperados pela emissora, cravou média de 25 pontos no PNT (Painel Nacional de Televisão) na semana de 5 a 11 de agosto, de acordo com índices divulgados pela Kantar Ibope.

Como 1 ponto no PNT equivale a 658.194 indivíduos, Renascer foi vista por 16.454.850 pessoas nas 15 regiões metropolitanas que têm sua audiência aferida pelo instituto (São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Salvador, Recife, Fortaleza, Curitiba, Brasília, Goiânia, Campinas, Belém, Vitória, Manaus e Florianópolis).

Parece no mínimo razoável imaginar que, somando-se todas as outras cidades do Brasil com o público que acompanha a novela pelo Globoplay, pelo menos 250 mil espectadores vejam o folhetim --o índice real deve ser muito maior; afinal, a Globo alega alcançar 100 milhões de pessoas todos os dias.

Em sua melhor semana na Netflix, entre 8 e 14 de julho, Pedaço de Mim foi vista por 5,8 milhões de assinantes no mundo todo --a plataforma de streaming define seu alcance como "mais de 190 países e territórios", e o melodrama viajou bem, entrando no Top 10 de 73 deles.

Se essa audiência fosse convertida em pontos no PNT, em um cenário hipotético de transmissão linear e no qual todo esse público vivesse nas 15 principais regiões metropolitanas do Brasil, a série teria marcado 8,8 pontos.

Com esse índice, seria o programa mais assistido de SBT, Record ou Band, mas passaria longe de figurar entre as 10 atrações mais vistas da Globo no período --a décima colocação ficou com a segunda edição do jornal local (como o SP2 em São Paulo e o RJ2 no Rio), que teve média de 19,4 pontos.

Streaming vai mesmo matar a TV?

Os números apontam que a situação da TV aberta não é tão dramática quanto pintam os trombeteiros do apocalipse. Sim, os hábitos de consumo do público estão mudando, com crianças e adolescentes cada vez mais distantes de uma programação linear e próximas do conteúdo sob demanda.

Mas o alcance do streaming ainda é muito pequeno --em seu relatório mais recente, a Netflix revelou que conta com 277,6 milhões de assinantes no mundo todo. A população mundial ultrapassou 8 bilhões de pessoas no ano passado. Ou seja: muita gente ainda depende da TV aberta para se entreter.

É claro que Globo, Record, SBT, Band e companhia precisam se mexer para não serem passadas para trás. Mas, pelo menos por enquanto, um "fenômeno" no streaming ainda atinge muito menos espectadores do que um "fracasso" no horário nobre da Globo.


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