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GLOBALIZAÇÃO

Era do streaming abre portas do Brasil para séries do mundo todo (e vice-versa)

Divulgação/Lionsgate+, Netflix e Star+

Montagem com fotos de Gabriela Barros (Vanda), Lee Jung-jae (Round 6) e Celeste Cid (Planners)

Gabriela Barros (Vanda), Lee Jung-jae (Round 6) e Celeste Cid (Planners): exposição no streaming

LUCIANO GUARALDO

luciano@noticiasdatv.com

Publicado em 14/5/2023 - 8h35

Em fevereiro, a Netflix comemorou dez anos do lançamento de House of Cards (2013-2018), sua primeira série original. De lá para cá, outras plataformas surgiram, investiram no audiovisual do mundo todo e ajudaram os brasileiros a conhecer produções de países que jamais teriam espaço na TV aberta --afinal, quem poderia imaginar que a sul-coreana Round 6 viraria o maior fenômeno da história do streaming?

O Notícias da TV conversou com estrelas de séries produzidas em territórios cujo audiovisual era um mistério para a televisão brasileira na tentativa de entender a importância das novas plataformas em suas carreiras. A resposta veio em uníssono: o streaming quebrou barreiras e abriu portas fundamentais.

"Para mim, ter essa exposição é maravilhoso! Sempre tive a meta de um dia trabalhar no Brasil, mas percebi em minhas visitas que há poucas referências de produto português por aí", aponta a atriz Gabriela Barros, protagonista da lusitana Vanda, disponível desde sexta-feira (12) no Lionsgate+.

Ela tem razão: atualmente, o único produto português que tem espaço na TV aberta brasileira é a novela Valor da Vida, exibida após o Faustão na Band. A emissora do Morumbi também já transmitiu obras como Ouro Verde (2017), ganhadora do Emmy Internacional, e Morangos com Açúcar (2003-2012), espécie de Malhação (1995-2020) da terrinha.

Já as emissoras portuguesas dão muito espaço para as tramas brasileiras: só a SIC, líder de audiência por lá, tem Flor do Caribe (2013), Cheias de Charme (2012), Um Lugar ao Sol (2021) e Pantanal (2022) em sua programação atual. Fracasso no Brasil, Travessia (2022) é anunciada para "breve".

"Em muitos aspectos, a produção do Brasil é gigantesca em comparação com a de Portugal. Então eu entendo que haja pouco espaço na programação, já que o mercado brasileiro é tão desenvolvido. Por que vocês consumiriam algo em que o sotaque é de difícil compreensão? Fico feliz que, pelo menos no streaming, isso esteja acontecendo. E espero que os brasileiros assistam a Vanda (risos)", brinca Gabriela --para resolver a questão do sotaque, a série chegou ao Lionsgate+ dublada em português brasileiro.

Para a argentina Celeste Cid, estrela da comédia dramática Planners (Star+), a possibilidade de "intercâmbio" audiovisual abre caminho para um aprendizado cultural. "Gosto de pensar que é algo que vai além do idioma, somos todos pessoas no fim das contas, independentemente se você nasceu aí e eu nasci aqui", começa a atriz.

No caso específico de Planners, em que a personagem de Celeste decide abrir sua agência de planejamento de festas depois de perder todos os clientes para o marido (e ex-sócio) na separação, a estrela defende que é um tema que pode ser identificado em qualquer país do mundo. "Quando se fala de um divórcio e da reconstrução depois dele, é igual aqui e aí, não? As nossas crises são as mesmas, seja na Argentina, no Brasil ou no fim do mundo."

Ela também se anima com a possibilidade de produções latinas ganharem mais espaço entre o público nacional, já que o caminho inverso era mais comum --Avenida Brasil (2012), vale lembrar, lotou um estádio em Buenos Aires para a transmissão de seu último capítulo. "Sei que a indústria brasileira é muito grande, tomara que vocês gostem do que oferecemos também."

Streaming também exporta série brasileira

pedro saad/netflix

Bianca Comparato protagonizou 3%

As plataformas trazem para o Brasil séries de países que jamais teriam espaço na TV aberta --ou até na paga--, mas o mesmo vale para o caminho inverso. As atrações nacionais conseguem, por meio do streaming, chegar a lugares que normalmente não teriam espaço para nós em sua programação.

Cancelada após uma temporada por causa da baixa audiência na Netflix, Temporada de Verão (2022) virou um sucesso em territórios franceses espalhados pelo mundo, como Guadalupe e Martinica (no Caribe), Nova Caledônia (na Oceania) e Ilha da Reunião (na África).

Já a primeira produção original brasileira da plataforma, 3% (2016-2020), repercutiu tão bem ao redor do planeta que seu showrunner, Pedro Aguilera, foi considerado pela revista The Hollywood Reporter um dos melhores do mundo em sua função --uma visibilidade que ele dificilmente teria se estivesse "preso" aos limites da TV linear.

Bianca Comparato, que protagonizou a série, contou ao Notícias da TV que começou a receber o carinho de fãs de vários países diferentes. "Tem algumas mensagens que eu não consigo nem definir em que idioma estão. É um alcance muito grande", valorizou a atriz durante a divulgação da série.


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