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Homer desesperado em episódio de Os Simpsons: funcionários da Fox foram demitidos no Brasil
DANIEL CASTRO e VINÍCIUS ANDRADE
Publicado em 13/2/2020 - 5h11
O Grupo Disney demitiu 20 funcionários no Brasil nesta semana, sendo que 16 deles trabalhavam para a Fox. De acordo com fontes do Notícias da TV, as dispensas, que aconteceram na terça (11) em São Paulo, incluem profissionais da área comercial e executivos. A empresa enfrenta um impasse no Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), que avalia a fusão dos canais Fox Sports com o restante do conglomerado.
A Disney informou que "não vai comentar a respeito" das demissões. Adriana Naves, que atuava como vice-presidente de Afiliadas e trabalhava na Fox desde 2013, faz parte da lista de dispensa. Durante sua passagem pela empresa, ela foi responsável pela estratégia de vendas de distribuição de conteúdo.
Comprados pela Disney em uma operação global de US$ 71 bilhões (R$ 309 bilhões), os canais de entretenimento da Fox estão passando por um processo de desmanche desde junho do ano passado, quando foram demitidos o vice-presidente de marketing, Sergio Domanico, e o diretor de Recursos Humanos, Ricardo Furlan.
A tendência, como em toda fusão de empresas, é reduzir cada vez mais o número de funcionários. Em agosto, foram rescindidos contratos de 11 profissionais da ESPN, entre eles o vice-presidente de Jornalismo e Produção, João Palomino, e os comentaristas Juca Kfouri e Arnaldo Ribeiro. A Disney é dona da ESPN.
No mês seguinte, o principal executivo da Disney no Brasil e líder do processo de fusão com a Fox, Michel Piestun, foi dispensado do cargo de gerente-geral.
Os executivos da nova Disney prometeram aos acionistas uma economia de US$ 2 bilhões (R$ 8,7 bilhões) até 2021, o que provocará a demissão de cerca de 4 mil dos 15,4 mil funcionários absorvidos da Fox ao redor do mundo.
A fusão da Disney com a Fox no Brasil ainda não foi 100% concluída por conta do impasse com o Fox Sports. Inicialmente, o Cade havia determinado que a empresa do Mickey precisaria vender os canais esportivos para outro grupo que não fosse a Globo ainda em 2019.
Essa seria uma maneira de evitar uma concentração excessiva de um conglomerado no setor: com ESPN e Fox, a Disney teria dois canais esportivos e dominaria os direitos de transmissão de campeonatos. O problema é que venda empacou, porque a Disney não aceitou as propostas.
Em novembro, o Cade anunciou que iria "revisar a operação" e admitia a possibilidade de que o canal esportivo fosse absorvido pela Disney. No entanto, o assunto ainda não entrou na pauta do Cade e a decisão está emperrada. A próxima reunião do Conselho Administrativo de Defesa Econômica acontece na próxima quarta (19) --a lista de assuntos a serem discutidos será publicada nesta quinta (13).
A intenção da Disney é acabar com a marca Fox Sports e incorporar seus melhores profissionais e direitos esportivos, como a Libertadores, à ESPN. Com o impasse no Cade, a empresa ainda não pode fazer nada com o Fox Sports, como demitir funcionários, se desfazer de imóveis ou pensar na aquisição de direitos esportivos.
De acordo com a expectativa do mercado, a hipótese mais provável é que o Cade autorize a fusão do Fox Sports com a ESPN e imponha algumas regras para que a transição seja feita. Mas existe a possibilidade de que o órgão obrigue que a venda seja feita para a melhor oferta já apresentada até o momento, que foi do grupo espanhol MediaPro.
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