4 MIL DEMISSÕES
Divulgação/Fox
Júlio Andrade em momento de fúria de seu personagem em 1 Contra Todos, série da Fox: demissões à vista
Comprados pela Disney em uma operação global de US$ 71 bilhões, os canais de entretenimento da Fox estão passando por um processo de desmanche. A Disney começou em maio a incorporar os canais Fox, e na semana passada surgiram as primeiras vítimas na operação brasileira. Foram demitidos o vice-presidente de marketing, Sergio Domanico, e o diretor de Recursos Humanos, Ricardo Furlan. Os cortes deixaram tensos os demais funcionários da Fox no Brasil.
A tendência, como em toda fusão de empresas, é enxugar estruturas e, consequentemente, reduzir o número de funcionários. No caso da Disney/Fox, a previsão é a de que serão demitidos 4 mil no mundo todo até 2021.
Na Fox brasileira, não há dúvidas de que boa parte dos colaboradores serão dispensados assim que a Disney constatar sobreposições de funções. Funcionários da Disney também serão demitidos, mas os da Fox serão maioria.
O clima de tensão pré-demissão acomete os pouco mais de cem profissionais de marcas como Fox Premium, Nat Geo e FX, que operam em um moderno edifício na Vila Olímpia, em São Paulo. No Rio de Janeiro, o pessoal da Fox Sports, justamente o mais ameaçado quando a fusão foi anunciada, por enquanto não corre risco.
É que o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) determinou que a Disney venda os dois Fox Sports para algum grupo que ainda não opera no setor, o que exclui a Globo. A Disney é dona dos canais ESPN, e a fusão com a Fox, no entendimento do Cade, acarretaria em concentração danosa à concorrência.
A intenção da Disney era acabar com a marca Fox Sports e incorporar seus melhores profissionais e direitos esportivos, como a Libertadores, à ESPN. Com a decisão do Cade, a Disney não pode fazer nada com os Fox Sports a não ser vendê-los com todos os direitos, funcionários e imóveis. Seus profissionais ganharam um estabilidade tempororária.
A compra da Fox pela Disney foi concluída em março, com a aprovação de órgãos reguladores de vários países. Criou-se o maior conglomerado de entretenimento do mundo, com produtos como a saga Star Wars, Os Simpsons, Avatar e personagens da Marvel.
A Disney assumiu todo o departamento de filmes da 21st Century Fox, incluindo a 20th Century Fox, a Fox Searchlight Pictures, a Fox 2000 Pictures, a Fox Family e a Fox Animation; suas produtoras de televisão, com a Twentieth Century Fox Television, Fox21, FX Productions, National Geographic, Fox Networks Group International; mais a Star India e as participações da Fox no Hulu, Tata Sky e Endemol Shine Group.
Isso irá impactar no portfólio de canais da Fox, com o remanejamento de conteúdos, sumiço de marcas e surgimento de outras. Os canais pagos tendem a ser esvaziados. O principal objetivo da fusão é a criação de uma plataforma de streaming, a Disney+, capaz de competir com a Netflix.
Os executivos da nova Disney prometeram aos acionistas uma economia de US$ 2 bilhões até 2021, o que provocará a demissão de cerca de 4 mil dos 15,4 mil funcionários absorvidos da Fox.
Apesar da venda dos negócios de cinema e de televisão globais, a marca Fox continuará com força na TV dos Estados Unidos. O magnata Rupert Murdoch manteve a rede de TV aberta Fox e os canais Fox News e Fox Sports 1 (só nos EUA).
Procurada pelo Notícias da TV, a Disney confirmou as demissões de Sergio Domanico e Ricardo Furlan, mas não comentou os demais assuntos.
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