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75 ANOS

Com DNA de 'barata cascuda', Cher resiste do cancelamento à bomba atômica

REPRODUÇÃO/SMITHSONIAN CHANNEL

Cher está com longos cabelos pretos, e toda de preto, dando entrevista em um cativeiro de um elefante em cena de Cher e o Elefante Solitário

A cantora em Cher e o Elefante Solitário; documentário marca mais uma reinvenção da artista

DANIEL FARAD

vilela@noticiasdatv.com

Publicado em 20/5/2021 - 6h45

Cher chega aos 75 anos nesta quinta (20) para provar que as piadas de que apenas ela e as baratas sobreviveriam a uma hecatombe nuclear possuem um fundo de verdade. Com a prateleira abarrotada com um Oscar, vários Grammys e até uma Palma de Ouro, a artista não quer saber de viver do passado ou de coletâneas de maiores sucessos --em uma reinvenção que inclui um elefante de quatro toneladas.

A cantora é mais conhecida no Brasil pelo hit Believe --que, segundo o Ecad (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição), segue como sua música mais tocada no país mesmo 23 anos depois do lançamento. Ela, entretanto, vai muito além do autotune, popularizado pela canção, que deu uma carreira para Britney Spears e rendeu inúmeros memes na "sopa primordial" da internet.

O documentário Cher e o Elefante Solidário, que estreou na programação do Smithsonian Channel no final de abril, mostra ao público brasileiro uma faceta ativista da intérprete que os americanos conhecem há tempos. Uma luta, aliás, que vai muito além do resgate do paquiderme Kaavan do seu isolamento absoluto em um cativeiro no Paquistão.

Cher quebrou barreiras ao militar abertamente pela comunidade LGTBQ+ em uma época em que qualquer apoio minava carreiras, especialmente para uma mulher. Um comportamento que vai desde dentro de casa junto com o filho Chaz Bono, que é transexual, até ser uma das primeiras atrizes a aceitar um papel que retratava positivamente uma lésbica em Silkwood (1983).

Uma das principais críticas do trumpismo, ela também já chamou Jair Bolsonaro de "porco" durante as eleições presidenciais de 2018. "Triste que o Brasil está enfrentando o seu próprio Trump. Um candidato racista e homofóbico está liderando as campanhas", escreveu ela, ao compartilhar a hashtag #elenão em seu Facebook.

A drag Chad Michaels, imitadora oficial de Cher

Invenção da reinvenção

Cher também vai muito além dos inúmeros chistes sobre como mantém a mesma aparência há sete décadas ou pela quantidade de drag queens que foram influenciadas pelos seus figurinos extravagantes --boa parte deles feitos em parceria com Bob Mackie. Ela basicamente inventou o conceito de reinvenção, fundamental para figuras que vão de Madonna a David Bowie (1947-2016).

As calças boca de sino e o visual hippie de Bang Bang (My Baby Shot Me Down) em 1966 rapidamente ficaram para trás quando ela se tornou uma das humoristas mais bem-sucedidas da TV americana com o The Sonny & Cher Comedy Hour (1971-1974).

Ela voltou para a música após o divórcio com Sonny Bono (1935-1998), parceiro de cena, e se tornou uma das divas da disco music com Take Me Home em 1979. Nos anos seguintes, ainda largaria tudo para virar atriz, ganhar um Oscar, três Globos de Ouro e ser ovacionada no Festival de Cannes.

Cher passaria pelo rock'n'roll no início dos anos 1990, abalaria as pistas de dança ao cair na house music no final daquela década e continua no processo camaleônico até os dias de hoje, quase que como uma sobrevivente --seja das polêmicas em torno de sua vida ou de alguns erros na carreira que levariam a um cancelamento nos dias atuais.

Afinal, Cher realmente tem um teto de vidro. Apesar da ascendência armênia, ela se apropriou culturalmente de elementos ciganos em Gypsys, Tramps & Thieves (1971), afirmou falsamente ter sangue cherokee nas veias em Half Breed (1973) e passou a mão sem dó no universo negro de Nova Orleans em Dark Lady (1974).


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