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EM SÃO PAULO

Aos 79 anos, Walther Negrão é internado por complicação vascular

ZÉ PAULO CARDEAL/TV GLOBO

Walther Negrão no evento de lançamento de Araguaia (2010)

Walther Negrão no evento de lançamento de Araguaia (2010); autor está internado em São Paulo

REDAÇÃO

Publicado em 29/4/2021 - 17h06

Walther Negrão está internado no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo. Aposentado, o autor de 79 anos teve uma complicação vascular. Em 2019, o profissional foi hospitalizado quatro vezes após um AVC (Acidente Vascular Cerebral).

De acordo com o site Quem, Negrão teria sofrido um novo AVC nesta semana, o que ocasionou sua hospitalização. Uma equipe médica cuida do monitoramento vascular do escritor.

Ao Notícias da TV, a assessoria de imprensa do Hospital Israelita Albert Einstein informou que não emitirá boletins médicos sobre o estado de saúde do autor.

Negrão passou a apresentar problemas de saúde desde antes da estreia de Sol Nascente (2016). Ele começou o ano internado no hospital Albert Einstein, em São Paulo, vítima de um AVC (Acidente Vascular Cerebral). A três meses do lançamento da novela, sofreu novo derrame e permaneceu hospitalizado durante quase 40 dias.

No início de novembro de 2016, já com a trama no ar, ele voltou para o hospital, dessa vez por causa de uma apneia do sono. Ficou uma semana. Voltou a ser internado no fim daquele mesmo mês, com quadro de anemia.

Em agosto de 2017, chegou a ser divulgado na imprensa o fato de que a Globo não renovaria contrato com o autor. Mas a emissora e Negrão assinaram um novo acordo, válido até 2020. No entanto, ele decidiu não permanecer na empresa.

"Meu contrato está terminando e minha intenção é não escrever mais. Tenho uma fazenda para tocar e estou montando uma fábrica para produzir cachaça no interior de São Paulo", falou Negrão em conversa com a colunista Patrícia Kogut, do jornal O Globo, ao anunciar a aposentadoria das novelas.

Sessenta anos de TV

Walther Negrão ingressou na TV como ator ainda nos anos 1950, na primeira década do veículo no Brasil. Em 1958, estreou como autor da Tupi, escrevendo para o programa Grande Teatro Tupi.

Começou a fazer novelas, inicialmente apenas adaptações radiofônicas, em 1964, na Record. Seu primeiro grande sucesso foi em 1968, Antônio Maria, que escreveu para a Tupi em parceria com Geraldo Vietri (1927-1996). No ano seguinte, a dupla emplacou outra novela memorável, Nino, o Italianinho. O sucesso chamou a atenção da Globo, que o contratou em 1969, mas ele logo voltou para a Record.

Em sua segunda passagem pela Globo, em 1972, Negrão emplacou seu primeiro grande sucesso na emissora, a novela O Primeiro Amor, que daria origem ao seriado Shazan, Xerife & Cia., estrelado por Paulo José e Flávio Migliaccio, um dos marcos da história da Globo, lembrado na festa dos 50 anos, em 2015.

Em 1975, o autor voltou para a Tupi. Retornou à Globo em 1980. Em 1983, foi bem-sucedido com Pão-Pão, Beijo-Beijo e no ano seguinte, com Livre para Voar. Escreveu Fera Radical (1988) e Top Model (1989), em parceira com Antonio Calmon.

Em 1991, adaptou o texto de João Ubaldo Ribeiro para a minissérie O Sorriso do Lagarto. Despedida de Solteiro, em 1992, foi um grande sucesso. Mas nada se comparou a Tropicaliente (1994), em que lançou uma marca: as novelas praianas.

Negrão sempre foi afeito a parcerias. Em 2003, por exemplo, dividiu com Maria Adelaide Amaral a minissérie A Casa das Sete Mulheres. Suas últimas novelas foram Araguaia (2010), que concorreu ao Emmy, e Flor do Caribe (2013).

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