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Paolla Oliveira: atriz descarta ser símbolo sexual e afirma ter mais liberdade ao chegar aos 40
Paolla Oliveira chegou aos 40 anos como um dos ícones femininos da TV brasileira. A atriz, no entanto, disse que rejeita ser um símbolo sexual e também rechaça a cobrança pela maternidade feita às mulheres que, como ela, não focam na gestação de filhos como algo que precisa acontecer em suas vidas. "Está errado isso", analisou a intérprete da dublê Pat de Cara e Coragem, novela das sete da Globo.
Ao longo dos últimos anos, Paolla revelou ouvir comentários de que é "menos feminina, amorosa ou afetuosa" por não falar de maternidade, coisas que inicialmente deixaram a artista chateada, mas que, agora, não a atingem mais: "Achei tudo isso uma balela. Ser afetuosa, amorosa e generosa não tem nada a ver com isso".
Em entrevista à coluna de Mônica Bergamo no jornal Folha de S.Paulo, Paolla avaliou a prática de colocarem a maternidade como algo que precisa ser seguido pela mulher como errada e lembrou sobre a cobrança em relação à responsabilidade paterna, tema presente no filme Papai é Pop, que ela protagoniza ao lado de Lázaro Ramos.
"Por que me cobram a maternidade? A maternidade está acontecendo no Brasil todo dia, de várias maneiras diferentes, com todas as dificuldades", comentou. "O filme fala da construção de um pai e da desconstrução dessa mãe que a gente já conhece. Tudo faz parte ainda de uma realidade que a gente tem que desconstruir --ou construir", contou a atriz.
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Paolla Oliveira em cena de Cara e Coragem
Apontada como símbolo sexual, Paolla afirmou que não faz questão de ser vista desse modo. "Não fui eu que me coloquei nesse lugar. Tenho questões e pressões em relação a mim, como qualquer outra mulher. E não estou me permitindo mais me colocar nesse lugar", pontuou a quarentona.
Para Paolla, chegar aos 40 anos significou ter ganhado liberdade. Para ter ideia, há alguns anos, Paolla dizia que não era feminista, preferindo pelo termo igualdade. "De lá para cá, eu consegui entender: não somos iguais, não seremos nunca", refletiu a atriz.
De acordo com a intérprete, o feminismo se apresenta como agressivo e impaciente, pois as pessoas têm pressa. "Estão cansadas, é como quando a gente fala um pouco sobre a questão do racismo", analisou Paolla, que diz acreditar que o feminismo vai muito além do termo. "Já fazia parte de mim sem eu nem saber como funcionava."
Paolla também escancarou sua preocupação em relação ao resultado das eleições deste ano. "A gente está falando neste momento sobre democracia ou não democracia, o Estado democrático, a gente está falando de algo muito maior. Não precisa ser muito ávido por política para entender", disse.
Segundo a atriz, posicionar-se politicamente é importante nesses pleitos. "Vivemos um momento em que, calando, a gente está errado. Calado a gente está se posicionando. A política tomou um outro rumo. Nunca me preocupei tanto com a questão do votar".
Com medo de sair no dia da eleição para votar, Paolla prevê "dias um pouco complicados e agressivos". "Estou me organizando para poder votar um pouco mais perto de casa e poder me recolher, não estar sujeita a nenhum perigo", entregou a artista.
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