TROCADO POR AMIGO
REPRODUÇÃO/YOUTUBE
Alexandre Frota em entrevista para o Mais Que 8 Minutos, no YouTube, na quarta-feira (13)
Ex-galã da Globo, Alexandre Frota quase viveu Raí em Quatro por Quatro (1995). O ator de 57 anos revelou que foi escalado para interpretar o par romântico de Babalu (Letícia Spiller), mas perdeu o papel para Marcello Novaes após levar o amigo para um teste na emissora.
Em entrevista para o Mais que 8 Minutos, no canal de Rafinha Bastos no YouTube, na quarta-feira (13), o agora deputado federal (PSDB) relembrou o auge da fama como galã de novelas na Globo entre 1980 e 1990, e como isso influenciou para que ele perdesse um importante trabalho na casa.
Depois de se consagrar na emissora em produções como Livre Para Voar (1984), Roque Santeiro (1985), Sassaricando (1987) e Perigosas Peruas (1992), Frota conquistou a confiança da alta cúpula da empresa, incluindo Roberto Talma (1949-2015), então diretor de TV.
Fora da televisão, o ex-galã convivia com sua turma do Tablado, escola de teatro do Rio de Janeiro, em que conheceu Marcello Novaes. Foi assim que a história dos dois se cruzou e, sem querer, o amigo conseguiu o personagem que seria de Frota em Quatro Por Quatro.
"Marcello era meu amigo da época do Tablado. E ele vivia falando para mim: 'Fala com os caras da Globo. Fala com o Talma'. Um dia a gente [ele e outros atores galãs da época] levou o Marcelo. Ele era surfista, cabelo louro até o ombro. Levamos o Marcelo na Globo e apresentamos", contou para Rafinha Bastos.
"A gente já estava com uma moral gigante. Entramos na Globo, levamos o Marcello e apresentamos ele para o Roberto Talma, que agilizou um teste para ele. A Globo fazia teste e arquivava, mas ficou ali", continuou.
reprodução/tv globo
Raí (Marcello Novaes) e Babalu (Letícia Spiller)
Tempos depois, Frota foi escalado para viver o mecânico bonachão na trama de Carlos Lombardi. "O Talma me ligou e falou: 'Tem uma novela para você fazer. Tu vai arrebentar. O nome da novela é Quatro por Quatro. Tu vai fazer um personagem chamado Raí e contracenar com a Letícia Spiller, que vai fazer a Babalu. Ela vai fazer a gostosa, bonitinha, que não acerta muito as coisas e não fala direito. Você vai fazer o cara chucro, que está sempre sem camisa, mecânico, apaixonado por ela e capaz de fazer qualquer loucura'", contou.
"Falei: 'Meu irmão, vou explodir nessa novela'. Todo mundo pergunta para mim: 'Quem são as atrizes que você gostaria de ter contracenado e acabou não contracenando?'. A Letícia era uma que eu era a fim de contracenar", admitiu.
O ex-funcionário da Globo revelou ainda que chegou a participar da pré-produção do folhetim. "Fui para a primeira leitura de texto com todos os atores. Peguei os dez primeiros capítulos, papel fodido chamado Raí, e o Talma dirigindo", destacou.
Acontece que na década de 1990, Talma assumiu um novo projeto na emissora. Ele foi o responsável pela criação de Malhação (1995). Essa mudança o tirou de Quatro por Quatro. "Comecei a ensaiar e o Talma chega para mim 15 dias depois e fala: 'Vou embora para Malhação'. Falei: 'Tá bom'", recordou.
"Não deu outra. Três horas depois tocou meu telefone e era o Ricardo Waddington: 'Alexandre, tu pode vir na minha sala, por favor?'. Cheguei lá e ele falou: 'Eu só te chamei aqui para comunicar que estou te tirando da novela. Quem vai fazer é um amigo seu, que você apresentou ao Talma, o Marcello Novaes (risos)", narrou.
Babalu e Raí formaram um casal de sucesso no folhetim, que evoluiu para longe das câmeras. "Marcelo acabou se casando com ela e teve um filho lindo [Pedro Novaes]. Eu não queria casar com ela. Mas ela era uma gata da época", relembrou.
Confira entrevista com Alexandre Frota:
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