Luto
João Cotta/TV Globo
Roberto Talma no lançamento do remake de O Astro, da TV Globo, em 2011
REDAÇÃO
Publicado em 23/4/2015 - 8h46
O diretor da TV Globo Roberto Talma morreu na madrugada desta quinta-feira (23), aos 65 anos, de falência múltipla dos órgãos decorrente de insuficiência renal crônica e doença arterial coronariana. Ele estava internado desde 2 de março no hospital Hospital Samaritano, em Botafogo, na zona sul do Rio de Janeiro. Um dos grandes nomes da televisão brasileira, responsável pelos videoclipes do Fantástico nos anos 1970 e pela criação de séries com Armação Ilimitada na década de 1980, Talma vinha sofrendo problemas de saúde desde o começo dos anos 2000. Ele deixa três filhos.
Talma trabalhou na Globo durante 45 anos ao todo, e teve passagens também pela TV Rio, Record, Bandeirantes, Excelsior, Tupi e SBT _nesta última como produtor independente. Nos últimos anos, seu núcleo foi responsável pelas novelas Negócio da China (2008), Vida Alheia (2010), O Astro (2011), Aquele Beijo (2011) e Gabriela (2012), além da microssérie Amor em 4 Atos (2011), com quatro episódios inspirados em canções de Chico Buarque.
Trajetória
Roberto Talma Vieira nasceu no dia 29 de abril de 1949, em São Paulo, e começou a carreira com apenas nove anos, na TV Record, com um grupo de sapateado. No início da década de 1960, mudou-se para o Rio de Janeiro e passou pelas TVs Rio, Excelsior e Tupi, antes de chegar à Globo em 1969, onde foi operador de vídeo. Ele fez parte da primeira equipe do Fantástico, em 1973, além de Globo Repórter e Globo de Ouro.
Walmor Chagas e Roberto Talma em intervalo de gravação de Coração Alado, de 1980
Talma trabalhou com Walter Avancini na direção de Selva de Pedra (1972) e Saramandaia (1976), antes de voltar à Tupi para uma rápida passagem de 11 meses, voltando à Globo em seguida para dirigir shows e clipes exibidos no Fantástico. Passou mais seis meses longe da emissora carioca, transferindo-se para a Bandeirantes, onde dirigiu o programa Rosa e Azul, com Débora Duarte e Antônio Marcos.
Um convite de Avancini o fez voltar para a Globo e dirigir as novelas Pai Herói (1979), de Janete Clair, e Água Viva (1980), de Gilberto Braga. Nos dois trabalhos, fez parceria com Paulo Ubiratan, com quem dividiu a direção em outras tramas de sucessos, como Coração Alado (1980), Baila Comigo (1981) e Jogo da Vida (1981).
Idas e vindas
De volta à Bandeirantes em 1982, produziu O Campeão (1982) e Braço de Ferro (1983). Em seu retorno à Globo, assumiu o cargo de diretor executivo da Central Globo de Produção. Na função, criou seriados como Armação Ilimitada (1985) e Tarcísio & Glória (1989), além de supervisionar as minisséries Anos Dourados (1986), de Gilberto Braga, Sampa (1989), de Gianfrancesco Guarnieri, Boca do Lixo (1990), de Silvio de Abreu, e O Sorriso do Lagarto (1991), de Walther Negrão e Geraldo Carneiro.
Ainda como diretor executivo, Talma esteve à frente de novelas clássicas como Brega & Chique (1987), Que Rei Sou Eu? (1989), Rainha da Sucata (1990) e de Corpo e Alma (1992). Na década de 1990, foi responsável por diversos Casos Especiais e episódios do interativo Você Decide (1992), além do humorístico Casseta e Planeta, Urgente! (1994) e da criação do seriado infanto-juvenil Malhação (1995).Roberto Talma deixou a Globo em 1995, quando criou uma produtora independente e encabeçou dois projetos exibidos em parceria com o SBT: Colégio Brasil (1996) e Dona Anja (1996). Voltou para a Globo em 1999, implantando Gente Inocente (1999) e os infantis Bambuluá (2000) e Sítio do Picapau Amarelo (2001). Teve nova passagem pela emissora de Silvio Santos, para comandar o remake de O Direito de Nascer (2001), voltando para a Globo em seguida na novela A Padroeira (2001).
Em outubro de 2002, Talma sofreu um infarto, mas voltou a trabalhar dois meses depois e na direção-geral do especial de fim de ano do cantor Roberto Carlos.
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