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DERROTA NA JUSTIÇA

Médicos pró-cloroquina se dão mal e perdem processo contra Globo; saiba mais

REPRODUÇÃO/GLOBO

Poliana Abritta com um vestido preto no cenário azul do Fantástico, da Globo

Poliana Abritta no Fantástico: Globo vence processo contra médicos que protestaram contra reportagem

GABRIEL VAQUER E LI LACERDA

vaquer@noticiasdatv.com

Publicado em 14/10/2021 - 16h51

A associação Médicos Pela Vida, que apoia o tratamento da Covid-19 com remédios sem eficácia comprovada, perdeu um processo que movia contra a Globo por causa de uma reportagem exibida no Fantástico, em março deste ano. Nela, a revista eletrônica criticava um manifesto publicado pelo grupo pró-cloroquina um mês antes. O caso foi julgado na 29ª Vara Cível de São Paulo.

O Notícias da TV teve acesso ao documento que deu a vitória para a emissora. A entidade queria direito de resposta na revista eletrônica semanal para reafirmar suas crenças e um pagamento de R$ 10 mil como indenização. Agora, a Médicos Pela Vida terá que pagar os custos do processo e os honorários para advogados da Globo, orçado 10% do valor pedido na causa. 

O briga começou por causa de uma reportagem exibida pelo jornalístico em 28 de março em que a Globo condenava o protocolo ineficaz que ficou conhecido como "tratamento precoce". Na reportagem apresentada por Tadeu Schmidt e Poliana Abritta, evidências de que remédios como hidroxicloroquina não funcionam contra Covid-19 foram apresentadas para o público.

Semanas antes, a entidade havia publicado um manifesto pago nos jornais de maior circulação do Brasil para defender a autonomia médica de receitar os remédios. No manifesto, os associados defendiam a autonomia médica para receitar qualquer medicação, sem necessariamente seguir diretrizes de órgãos responsáveis pelo combate à pandemia.

A Associação Médicos Pela Vida não foi citada em momento algum na reportagem feita pela Globo, mas se sentiu no direito de processar a emissora.

Juíza apoia Globo e critica médicos

Naquela noite, o Fantástico marcou 21,9 pontos no Ibope da Grande São Paulo. Os médicos argumentaram que a Globo usou sua visibilidade e seu programa jornalístico de maior prestígio para depreciar o manifesto, mas não foi dessa forma que a Justiça avaliou o caso.

Na decisão, a juíza Daniela Dejuste de Paula, que analisou a briga, argumentou que já existem comprovações científicas de que os remédios não tiveram nenhum tipo de ajuda ou eficácia em doentes e que o número de altas mortes no Brasil pela doença fala por si só. A magistrada deu uma bronca nos médicos e disse estar chocada com o fato de o caso ter ido parar nos tribunais. 

"Causa espanto, no mínimo, que uma entidade como a autora, que deveria
concentrar esforços no sentido de defender a saúde, entendida em sentido amplo, atue de maneira temerária em favor de interesses escusos, contrários à coletividade e à própria finalidade. Causa espanto que ainda haja profissionais da saúde dispostos a se valer de informações falsas em detrimento da saúde de seus pacientes", disse. 

"Condeno a autora ao pagamento de custas e de despesas processuais, além de honorários advocatícios que fixo em 10% do valor da causa", concluiu a meritíssima. O caso ainda cabe recurso. A Globo não cometa casos judiciais. A Médicos Pela Vida não respondeu os contatos. 


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