INTERVALO VALIOSO
REPRODUÇÃO/TV GLOBO
O sorridente Tiago Leifert no comando do BBB21; sucesso de audiência provoca fila de anunciantes
Com fila de anunciantes para os comerciais por conta do sucesso de audiência e repercussão do BBB21, a Globo abriu um intervalo extra na edição da última terça-feira (23), que ficou marcada pela eliminação de Karol Conká. Mas quanto custa exibir um anúncio de 30 segundos na pausa publicitária do reality que tem acumulado recordes de ibope em 2021?
De acordo com a tabela de preços disponível no site de Negócios da Globo, o comercial de 30 segundos para o mercado nacional custa R$ 508 mil. Ou seja, um break com a exibição de propagandas de seis empresas diferentes, com cada uma delas pagando por 30 segundos, rende à Globo um faturamento de aproximadamente R$ 3 milhões, o dobro do prêmio total do programa.
A tabela de valores atualizada no início de 2021 tinha validade até o último dia de fevereiro, mas é possível que o preço do intervalo do BBB21 fique ainda mais valorizado pelo sucesso de audiência da atração.
A noite de eliminação de Karol Conká foi um fenômeno de ibope, com 38,3 pontos de média e share (porcentagem de televisores sintonizados) de 59,7% na Grande São Paulo --no Rio de Janeiro, registrou 40 pontos. O programa de terça-feira (23) superou as últimas dez finais do reality, além de ter terminado como a atração com mais público do dia na TV.
Durante a edição, o que chamou a atenção dos telespectadores do BBB21 não foi apenas o recorde de rejeição de 99,17% de Conká, mas também a exibição de um intervalo comercial antes de a cantora conversar ao vivo com Tiago Leifert no estúdio --essa pausa é incomum no reality show.
Nas redes sociais, internautas levantaram a hipótese de que a emissora chamou o break para informar a rapper sobre a votação e passar um rápido panorama da imagem que ela estava do lado de fora do confinamento. Em nota ao colunista Mauricio Stycer, do UOL, a Globo negou que tivesse dado dicas a Karol e disse que a terceira pausa já estava prevista.
O intervalo foi colocado apenas por conta da alta demanda de anunciantes, que ficaram satisfeitos ao exibirem as suas marcas em um momento de expectativa para quem estava à espera das primeiras justificativas da recordista de rejeição do lado de fora da casa.
Na Grande São Paulo, principal mercado publicitário do país, por exemplo, a atração apresentada por Tiago Leifert já é mais vista do que o futebol e o Fantástico aos domingos e tem mais público do que o Jornal Nacional e Haja Coração nos dias em que vai ao ar ao vivo durante a semana --na eliminação de Karol, superou até A Força do Querer no Ibope.
O telejornal comandado por William Bonner e Renata Vasconcellos tem o intervalo mais caro da TV, com um valor de R$ 852,4 mil por 30 segundos. Outros programas que cobram mais do que o Big Brother Brasil em suas pausas são A Força do Querer (R$ 843,5 mil), Fantástico (R$ 659,8 mil) e Haja Coração (R$ 535 mil).
Todos os valores que constam neste texto são integrais, válidos para os meses de janeiro e fevereiro, em inserções de 30 segundos veiculadas no mercado nacional. No entanto, a Globo costuma conceder desconto aos interessados durante a compra.
O desempenho de audiência do BBB21 tem causado essa fila de anunciantes nos intervalos, mas o programa já despontava como um sucesso comercial antes mesmo da estreia.
Conforme o Notícias da TV antecipou em novembro de 2020, a Globo havia vendido aquela que seria a última cota de patrocínio e acumulava uma receita bruta de R$ 470 milhões com o programa, um recorde histórico de faturamento, que ficou ainda maior no início de 2021.
A emissora abriu mais espaços para apoiadores por conta da alta procura e teve uma receita bruta de R$ 529 milhões antes mesmo de a atração entrar no ar. Três são as chamadas cotas Big, vendidas a R$ 78 milhões cada e negociadas com Americanas, PicPay e Avon. Essas três companhias aparecem em todos os conteúdos envolvendo o BBB no Grupo Globo: TV aberta, TV paga (Multishow) e digital.
As outras cotas são do tipo Anjo, que custam R$ 59 milhões cada, e foram acordadas com C&A, Amstel, Seara, McDonald's e P&G. As cotas Almoço do Anjo e Mercado do BBB valem R$ 18 milhões cada. Outras quatro empresas ainda aderiram às cotas de participação (R$ 4 milhões cada), para anúncios de 30 segundos nos intervalos de todos os episódios do BBB21.
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