Jovem Pan exibe macaco após crítica de comentarista sobre ativistas negros

A Jovem Pan foi acusada de relacionar a população negra com macacos. O deslize do canal aconteceu durante a transmissão do Pânico na sexta-feira (16). O comentarista André Alba criticava os ativistas de questões raciais no Brasil quando a câmera do estúdio exibiu um homem fantasiado de macaco. A aparição do bicho, que é o mascote do programa, foi criticada por surgir em uma hora inoportuna.

Alba fez críticas aos ativistas da causa negra, a quem chamou de "turma da lacração", e apontou que a revista Veja também havia feito uma reportagem sobre o "exagero do ativismo" em uma edição recente. Para exemplificar, ele citou a comédia American Fiction, que satiriza estereótipos da sociedade.

"Esse filme, American Fiction, faz a crítica de uma vertente desse pensamento woke, e ele é muito bem feito", explicou ele, referindo-se à gíria norte-americana usada para indicar um posicionamento político.

"Para quem gosta de assistir a um filme que faz críticas, esse está indicado ao Oscar. É um filme que fala de como essa agenda vê, por exemplo, os negros. O negro tem um padrão, um clichê", prosseguiu.

Enquanto Alba falava sobre os negros, a imagem cortou para o homem fantasiado de macaco. Sem perceber a situação, o comentarista continuou seu raciocínio, mas foi interrompido pelo apresentador Emilio Surita. "Agora ele está fazendo essa graça aí com o macaco. Tira o macaco daí!", disse o radialista.

Jovem Pan é acusada de racismo

No X, telespectadores acusaram o canal de notícias de ter agido com racismo na edição do Pânico. "O ano é 2024 e o Pânico segue na sua jornada de cometer todos os crimes que é possível pra um programa de TV/internet. Não que racismo seja novidade pra eles, mas isso aqui…", disse o jornalista William de Luca.

"Eu tenho um arrependimento muito grande. Eu amava esse programa e pensava iguais eles (não com racismo, aí já é demais), e isso às vezes me magoa muito. O mesmo sentimento de tomar vodca barata e ver as merdas que tu fez no outro dia, só que pior", concordou Daniel Sanoli.

"Notem que no exato momento em que o rapaz que critica a 'turma da lacração que passa dos limites', diz a palavra negros, a câmera corta para o macaco. E os ofendidos são uns exagerados na visão dessa gente", criticou Brenno Tocci.