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'BANALIZOU'

Atores da Globo compram briga contra invasão de influenciadores na TV

REPRODUÇÃO/TV GLOBO

Adriana Esteves em Mania de Você e Edson Celulari em Fuzuê; atores rejeitam influenciadores

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REDAÇÃO

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Publicado em 5/9/2024 - 12h07

Desde que Alice Braga abriu o coração no podcast Mamilos Café sobre a tendência de trabalhos televisivos e cinematográficos exigirem um alto número de seguidores nas redes sociais para atores, outros artistas têm se manifestado contra a invasão de influenciadores na TV. Atores que ganharam fama em novelas na Globo afirmaram que isso tira a chance de nomes com grande potencial se destacarem.

É unânime entre os intérpretes que a quantidade de seguidores não define o talento de alguém, por isso é um dado que deveria ser completamente ignorado por diretores e produtores. Influenciadores em novelas, como é o caso de Rafa Kalimann em Família É Tudo, têm causado uma impressão ruim entre o público e outros atores.

"Tem atores maravilhosos que não são conhecidos pelo grande público, porque não tem muitos seguidores. Isso não pode ser um termômetro para convidar ou não um ator, os atores às vezes ficam enclausurados, fechados, durante uma vida inteira", comentou Drica Moraes em papo com a coluna Gente, da revista Veja.

Edson Celulari complementou que não vê valor em número de seguidores. "Só vale para quem acredita nisso, tenho exemplos de grandes atores que estão sendo super procurados que não tem nem Instagram, Wagner Moura é um exemplo disso. Então isso vale ou não vale? Eu acho que não, sinceramente", disparou ele.

Denise Fraga, em cartaz em peça com Tony Ramos, percebe que essa exigência cada vez mais latejante de unir as redes sociais com a atuação é uma verdadeira cilada. "É uma coisa louca que o número de seguidores determine se você vai ser contratado ou não. Como se contratasse junto com aquela pessoa todo um rastro que ela carrega de audiência", comentou.

"Isso é uma cilada. Você tem, por exemplo, o influenciador, e quer que ele faça um trabalho de ator que muitas vezes não é capaz de fazer. É uma equação que nosso ofício determina uma habilidade que a gente estuda", complementou ela.

Adriana Esteves acredita que seja algo que vem junto com a nova geração --mesmo que não faça sentido. "A gente tem que conviver com isso, porque é um mundo novo o das redes sociais, mas não consigo entender que um ator com talento, vocação, aptidão ao ofício, tenha que ser seguido por milhões de pessoas, não é comparativo", apontou.

Para Ailton Graça, o trabalho de ator não tem correlação nenhuma com a vitrine da internet. "Existem caminhos, mas o primordial, independentemente do que a pessoa está fazendo, é ter envolvimento com a arte e entender o ofício. O ofício não é ter likes, mas disputar pensamentos sociais e coletivos. Se a pessoa, mesmo como influencer, atinge esse ponto dentro da arte, ok. É preciso mais desse movimento, um mergulho na arte para entender o ofício, porque muita gente vai se tornar atriz e ator, mas pouquíssimas vão poder ser chamadas de artistas", analisou.

Maeve Jenkins concorda que influenciadores podem fazer um bom trabalho como atores, mas isso começou a pautar as escolhas de elenco de forma que atinge a classe artística. "Não é que eu ache que um influencer não seja capaz de fazer um trabalho sensível, mas se banalizou essa escolha recentemente, a ponto de muitos executivos basearem a escolha de um elenco em número de seguidores. Isso é uma cilada, uma bobagem", destacou.

"O que atinge o coração do espectador são as histórias. Eu como atriz trago humanidade para um personagem, estou trazendo a humanidade que existe em você. Se consigo te comover é porque, de alguma maneira, faço você se identificar em algum lugar da tua existência. E é um trabalho técnico e sensível que leva anos para se aprimorar. Repito, acho que muita gente é capaz de se desenvolver e fazer isso, mas não dá para reduzir isso a número de seguidores ou a uma influência", acrescentou.

Para Irene Ravache, influenciadores e atores têm que ser categorias distintas, que não se misturam. "Eles são bons naquilo que fazem, mas são departamentos completamente diferentes. Você não pode confundir pessoas desinibidas com pessoas que têm talento como ator ou atriz", afirmou a veterana.

"Não estou dizendo que um é melhor do que o outro. São diferentes. As pessoas que hoje ocupam cargos de direção talvez sejam mal informadas a respeito do que se trata. 'Tem um monte de seguidores, então vamos botar para fazer tal papel'. É de uma leviandade isso... Com a própria pessoa, com os atores e com o público. O que torna ainda mais lamentável quando você vê que um ator bom não teve um papel porque, no lugar dele, entrou uma 'celebridade'. Mas celebridade para quem?", questionou a veterana.

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