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JAN BROBERG

Sequestrada e abusada aos 12 anos, atriz fecha ciclo ao ajudar a si mesma em série

Reprodução/Peacock

Jan Broberg interpreta a terapeuta de sua versão fictícia na minissérie A Friend of the Family

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LUCIANO GUARALDO

luciano@noticiasdatv.com

Publicado em 12/8/2024 - 14h00

[Alerta de gatilho: O texto a seguir pode conter informações sensíveis a sobreviventes de abuso sexual]

A atriz Jan Broberg tinha apenas 12 anos quando foi sequestrada por Robert Berchtold, um amigo da família que seus pais tinham conhecido na igreja. Aos 14, ela foi levada novamente, pelo mesmo homem. Sofreu abusos sexuais no cativeiro. Meio século depois, ela fecha um ciclo com a minissérie A Friend of the Family, que estreia nesta segunda (12) na plataforma Universal+.

A produção em nove episódios mergulha fundo na história de Jan (Hendrix Yancey e McKenna Grace em diferentes fases) e de Berchtold (Jake Lacy), explicando detalhes que o documentário Sequestrada à Luz do Dia (2017), disponível na Netflix, não teve tempo para desenvolver.

A Jan da vida real aparece no último episódio como a terapeuta de sua versão fictícia. É um momento de catarse para a sobrevivente, que se emocionou ao conversar com "si mesma" no consultório e mostrar para a jovem Jan que é possível superar os traumas vividos.

"Interpretar minha terapeuta foi incrível. Eu faço palestras, escrevo livros, mas também sou atriz, é uma parte de como ganho meu dinheiro. Então, quando os produtores disseram: 'Queremos que você participe', fiquei empolgada. Foi um privilégio, senti que estava falando com uma Jan mais nova, era como se eu estivesse me olhando no espelho. McKenna Grace e Hendrix Yancey são excelentes", conta Jan em entrevista ao Notícias da TV.

Ela também teve um momento marcante ao conversar com Colin Hanks, que interpreta o seu pai na produção. "Meu pai morreu antes de o primeiro documentário sair, e ele estava tão vulnerável, queria tanto ajudar outras pessoas a entenderem como predadores funcionam. Quando falei com Colin, foi como se eu dissesse para o meu pai: 'Jan vai ficar bem'. Porque ela vai mesmo! Sou eu, e eu estou bem. Sou o retrato de que há esperança", ressalta.

A lição de que é possível seguir em frente após experiências tão ruins é uma tecla em que Jan bate repetidas vezes. No seu livro, no documentário e em A Friend of the Family. "Você pode se curar do seu trauma, superar o que aconteceu e ajudar outras pessoas no processo, se assim quiser. É o que eu tenho feito. E tenho muito orgulho da série, de poder contar minha história."

Ela admite, inclusive, que a terapia foi fundamental para sua vida pessoal. "A vida segue, e você meio que finge que está bem. E aí, quando eu estava com 30 e poucos anos, percebi que eu não tinha trabalhado para me curar de verdade. Quando você fala sobre um tema desses, pode virar um gatilho, então eu procurei uma terapeuta, li bons livros, vi o programa da Oprah Winfrey (risos)... Fiz muitas coisas para entender minha cabeça e como me curar."

"Aos 40, cheguei em um ponto da vida em que eu percebi que conseguia contar minha história sem que aquilo fosse um gatilho para mim, sem ter pesadelos durante a noite. E aí eu entendi que, ao falar sobre o que eu vivi, eu ajudo outras pessoas a se curarem, mas também ajudo a mim mesma. E é isso que eu quero fazer com A Friend of the Family", aponta.

A minissérie em nove episódios já está disponível no Universal+. O elenco também conta com Anna Paquin (de True Blood) como Mary Ann, a mãe de Jan, e com Lio Tipton (de Amor a Toda Prova) como Gail, sua madrasta.

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