DISCOVERY
Marni Grossman/Paramount+
Sonequa Martin-Green é a primeira mulher preta a protagonizar uma série da franquia Star Trek
Quando Star Trek: Discovery estreou, em 2017, fez história ao apresentar o casal Stamets (Anthony Rapp) e Culber (Wilson Cruz), os primeiros personagens abertamente gays da franquia na TV. Sete anos depois, a atração inicia sua jornada de despedida com vários avanços no currículo: além dos dois, a série introduziu a lésbica Jett (Tig Notaro), o transgênero Gray (Ian Alexander) e Adira (Blu del Barrio), que trouxe representatividade não-binária.
Quebrar barreiras e levar parcelas pouco visadas da sociedade para posições de destaque na TV não é algo recente em Star Trek. A série original, exibida entre 1966 e 1969, é até hoje citada como a primeira vez em que um homem branco beijou uma mulher preta na TV norte-americana --o carinho ocorreu entre Kirk (William Shatner) e Uhura, vivida por Nichelle Nichols (1932-2022).
Quase 60 anos depois, Discovery fecha um ciclo ao trazer uma mulher preta como protagonista. A honraria coube a Sonequa Martin-Green, a Sasha de The Walking Dead (2010-2022), que nunca escondeu que Nichelle foi uma de suas inspirações para seguir a carreira artística. Ela agora também serve de modelo para uma nova geração de meninas --e não minimiza esse papel.
"Eu recebo muitas mensagens sobre a importância da série, sobre como ela uniu famílias, quebrou a divisão entre pessoas de diferentes gerações, de diferentes culturas. No fim das contas, é essa a mensagem: somos todos iguais, independentemente de tudo o que já vivemos", resume Sonequa em conversa exclusiva com o Notícias da TV.
"Tivemos o privilégio e a bênção de escutar de muitas pessoas o quanto Discovery tem sido boa para suas vidas. Elas nos contam o tempo todo o quanto a série significa para elas. Como as tocou, o que fez por elas", valoriza.
A produtora Michelle Paradise, que divide o posto de showrunner de Discovery com Alex Kurtzman desde a terceira temporada, sabe a importância de levar a diversidade para a tela --lésbica assumida, ela faz questão de representar o espectro da sexualidade desde seu primeiro trabalho audiovisual, em 2002.
"As pessoas precisam se ver na televisão. Ainda mais em Star Trek, pode ser muito importante para tanta gente! Porque são grupos que não se viram representados como pessoas poderosas, ou que não foram representados de maneira alguma em alguns casos", aponta a roteirista à reportagem.
"Então, isso é algo que está na nossa mente enquanto escrevemos, e que estava na nossa mente desde o início. Poder ajudar a levar essa mensagem para o mundo de alguma forma é uma bênção. E nós levamos essa responsabilidade muito a sério", diz Michelle.
A quinta e última temporada de Star Trek: Discovery estreia nesta quinta-feira (4) no Paramount+, com os dois primeiros episódios. Um novo capítulo será disponibilizado na plataforma toda semana. Confira o trailer da produção:
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