Paulo Betti é um ator e diretor nascido em 8 de setembro de 1952, em Rafard (SP). Ele já foi casado com Eliane Giardini, Maria Ribeiro e Mana Bernardes, e é pai de Juliana, Mariana e João.
No começo de sua vida, viveu em Sorocaba (SP), cidade onde participou de grupo de teatro e conheceu sua primeira mulher. De lá, saíram para estudar na Escola de Arte Dramática (EAD) da USP, na capital do estado.
Aos 19 anos, fez sua primeira peça teatral: Boca de Ouro (1972), escrita por Nelson Rodrigues (1912-1980). Cinco anos depois, ainda no teatro, estreou como diretor, em Cerimônia para um Negro Assassinado (1977). Com o espetáculo, ganhou três reconhecimentos de melhor diretor: o Prêmio Governador do Estado, o Troféu APCA e o Troféu Mambembe. Pela segunda peça dirigida, Na Carreira do Divino (1979), ganhou novamente os dois últimos troféus, além do Prêmio Molière.
Paulo Betti estreou na televisão interpretando Patrício em Como Salvar Meu Casamento (1980), da TV Tupi. No ano seguinte, foi contratado para viver André na novela Os Imigrantes (1981), da TV Bandeirantes. Na Globo, estreou em 1984, ano em que fez três novelas: Transas e Caretas, Vereda Tropical e Corpo a Corpo.
Circulando por outras emissoras, fez Ciro, um dos papéis principais da novela Carmem (1987), de Gloria Perez, na TV Manchete. Outro personagem inesquecível foi Timóteo, em Tieta (1989). Com seu bordão "Nos trinques!", Paulo Betti é lembrado no Brasil e fora dele.
Um dos papéis mais reconhecidos do ator foi Ypiranga Pitiguary em A Indomada (1997), de Aguinaldo Silva e Ricardo Linhares. O personagem rendeu ao ator o Prêmio Contigo! de TV de melhor ator cômico.
O sucesso fez com que a figura extrapolasse a trama. Agnaldo Silva colocou Ypiranga Pitiguary na novela O Sétimo Guardião (2018) e chamou Paulo Betti para interpretá-lo de novo. "Pensei que fosse um pouco melancólico, mas está sendo muito prazeroso. Fazer o mesmo personagem, mais de 20 anos depois, é uma viagem no tempo", contou o ator ao Gshow.
O final dos anos 1990 foi o momento em que o artista se destacou em minisséries. Fez Hilda Furacão (1998), de Gloria Perez, Chiquinha Gonzaga (1999), de Lauro César Muniz, e Luna Caliente (1999), de Jorge Furtado.
No início dos anos 2000, fez participações pontuais em mais de uma dezena de produções. Entre os títulos, destacam-se:
Depois, voltou às novelas como Flávio Ferraz, em Sete Pecados (2007), de Walcyr Carrasco. O personagem era o pai desaparecido de Beatriz (Priscila Fantin).
Paulo Betti fez Jonas, em A Vida da Gente (2011), ex-padrasto das personagens principais Manuela (Marjorie Estiano) e Ana (Fernanda Vasconcellos). Na trama de Lícia Manzo, ele se separa de Eva (Ana Beatriz Nogueira) e investe em um romance com a jovem Cris (Regiane Alves).
"Essa novela não foi fácil de fazer pra mim. Acho que foi uma das primeiras novelas em que eu não fiz um tipo caricato. Era um homem muito próximo de mim, mas que eu queria que as pessoas percebessem que não era eu", comentou o ator ao site da Globo.
Anos depois, Paulo Betti viveu Téo Pereira em Império (2014), de Aguinaldo Silva. O papel do blogueiro mau-caráter seria de José Wilker (1944-2014), mas o ator morreu no ano de estreia da novela. O personagem é responsável pelo bordão "curuzes" e quer acabar com o milionário José Alfredo (Alexandre Nero). A interpretação rendeu o Prêmio Contigo! de TV de melhor ator coadjuvante.
O último papel do ator antes da pandemia de Covid-19 foi na novela Órfãos da Terra (2019), de Duca Rachid e Thelma Guedes. Ele interpretou Miguel Nasser, um empresário viciado em jogos.
Pouco antes da pausa das gravações, a Globo havia confirmado Paulo Betti no elenco de Além da Ilusão, em que interpretaria o marido de Zezé Polessa. Com a reformulação da trama e o adiamento para 2022, ainda não se sabe se o papel será dele.
No início de sua carreira, o artista foi premiado principalmente pela direção de peças de teatro. O reconhecimento como ator veio após papéis que fez no cinema. Em 1995, venceu o Troféu APCA de melhor ator, pelo papel principal no filme Lamarca (1994).
Também ganhou o prêmio de melhor ator coadjuvante no Festival de Gramado, após o personagem Henrique no filme Infância (2014).
Do outro lado das câmeras, produziu, roteirizou e dirigiu o filme Cafundó (2005), premiado no Festival de Cinema de Gramado.
Os filmes mais marcantes da carreira do ator foram:
A filmografia de Paulo Betti revela a forte veia política do ator. Ainda em 1989, produziu, ao lado de Adair Rocha, o clipe do jingle "Lula Lá". O vídeo fez parte da campanha de Luiz Inácio Lula da Silva, candidato do Partido dos Trabalhadores à presidência.
Mais de 30 anos depois, Paulo Betti ainda deixa explícitos seus posicionamentos políticos à esquerda, dessa vez nas redes sociais e em entrevistas. Ele é um dos artistas que apoiam a candidatura do ex-presidente petista contra Jair Bolsonaro no pleito de 2022.
Paulo Betti nasceu em uma família de agricultores no interior de São Paulo, filho de Adelaide Betti e Ernesto Betti. Ainda em Sorocaba, onde morava na juventude, conheceu Eliane Giardini, atriz e sua primeira esposa. Ambos foram a São Paulo trabalhar com arte e viveram juntos de 1973 a 1997. Com ela, teve duas filhas: Juliana e Mariana.
Depois, em 2001, casou-se com a também atriz Maria Ribeiro. Tiveram João, filho mais novo do ator, e se separaram em 2005. De 2013 a 2015 foi casado novamente, desta vez com a artista plástica Mana Bernardes. Desde 2016, está junto com a atriz Dadá Coelho.
Durante as gravações de seu último papel na TV, em Órfãos da Terra, dividiu muitos momentos com a ex-mulher Eliane. Além de contracenar com a atriz, eles passaram juntos pela perda do neto Antônio (2017-2019) filho de Mariana, que morreu de câncer com apenas um ano e sete meses.
"Não podemos fazer com que o passado nos imobilize. Nosso neto está no céu, em algum lugar, e nos ilumina. E foi assim que tinha que ser", contou ao canal português Sic.
Ano | Produção | Personagem |
1980 | Como Salvar Meu Casamento | Patrício Ribeiro Cruz |
1987 | Carmem | Ciro Borges Leme |
1989 | Tieta | Timóteo D'Alamberti |
1993 | Mulheres de Areia | Wanderley Amaral |
1994 | Incidente em Antares | Cícero Branco |
1997 | A Indomada | Ypiranga Pitiguary |
1998 | Hilda Furacão | Delegado Renciso Figueira |
1999 | Luna Caliente | Ramiro Moura Fragoso |
2004 | Metamorphoses | Marcos Ventura |
2006 | JK | José Maria Alkimim |
2007 | Sete Pecados | Flávio Ferraz |
2011 | A Vida da Gente | Jonas Macedo |
2012 | Lado a Lado | Mário Cavalcanti |
2019 | Órfãos da Terra | Miguel Nasser |