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Um ano depois de paralisação, pandemia esvazia estreias da Netflix

Katalin Vermes/Netflix

Henry Cavill abraça Freya Allan, caracterizados como seus personagens em The Witcher, série da Netflix

Henry Cavill abraça Freya Allan em The Witcher: série ficará dois anos sem episódios inéditos

LUCIANO GUARALDO

luciano@noticiasdatv.com

Publicado em 10/5/2021 - 7h15

Mais de um ano depois de Hollywood parar por causa da Covid-19, a Netflix finalmente demonstra os efeitos da pandemia. Como a plataforma trabalha com muita antecedência, as séries que deveriam chegar ao catálogo agora são justamente as que tiveram suas gravações paralisadas em março do ano passado. Assim, a impressão é de que o streaming tem diminuído a quantidade de novo conteúdo disponibilizado para seus assinantes.

É um problema que os próprios executivos da gigante tinham previsto em julho do ano passado, quando a crise de saúde mundial já deixava claro que não ia arrefecer tão cedo. Em reunião com acionistas, os chefões da Netflix adiantaram que o planejamento para 2020 seguiria intacto, mas que a situação seria bem diferente neste ano.

"Para 2021, de acordo com nosso plano atual, é esperado que as produções paralisadas resultem em um 'peso' maior [com mais conteúdo] na segunda metade do ano no que se refere aos nossos grandes títulos", admitiu a plataforma em carta.

Séries como Stranger Things e The Witcher, fenômenos que tiveram seus trabalhos afetados pela pandemia, precisaram atrasar os lançamentos de suas novas temporadas --o drama de fantasia com Henry Cavill só volta com o segundo ano no fim de 2021, após um hiato de dois anos. Já a história de Eleven (Millie Bobby Brown) ainda não tem previsão de retorno, e pode ficar até três anos sem episódios inéditos.

Sem seus arrasa-quarteirões, a plataforma tem lançado tramas menos expressivas para tentar manter o público: o maior sucesso da gigante em 2021 foi o drama familiar Ginny & Georgia, que nem de longe tem o mesmo apelo de séries lançadas em anos anteriores. A aposta em Os Irregulares de Baker Street, situada no universo de Sherlock Holmes, mostrou-se furada: a série adolescente foi cancelada depois de apenas oito episódios.

A falta de atrações conhecidas e chamativas prejudicou o crescimento da Netflix: ela ganhou apenas 3,9 milhões de clientes no mundo todo entre janeiro e março deste ano, bem abaixo da previsão --conservadora-- de 6 milhões.

Para reverter esse quadro, a empresa aposta em novos episódios de suas principais séries para o segundo semestre. "Nós prevemos que o número de assinantes vai acelerar novamente na segunda metade do ano, pois teremos conteúdos muito fortes, com o retorno de sucessos como Sex Education, The Witcher, La Casa de Papel e You", falaram os executivos em nova carta aos acionistas compartilhada em 20 de abril.

Na TV aberta, mais heróis e CSIs

Enquanto os streamings sofrem com falta de conteúdo, as redes de TV aberta dos Estados Unidos precisam lidar com uma mudança de paradigma: mesmo com o avanço da vacina no país, toda gravação ainda precisa obedecer a uma série de regras e procedimentos, e investir tempo e dinheiro em um projeto que dificilmente dará retorno parece um tiro no pé.

A partir desta semana, ABC, CBS, NBC, Fox e CW (e canais pagos) apresentam suas programações para a temporada 2021/2022 aos anunciantes, na chamada "upfront week". Como no ano passado, as apresentações serão virtuais --antes, eram presenciais, com a aparição dos atores e criadores de novas séries e dos grandes sucessos de cada rede.

E, se em anos normais os canais apostavam em muitos episódios pilotos e testavam quais deles eram mais bem aceitos por um grupo de testes, em época de Covid os tiros precisam ser certeiros. Por isso, séries que já venham com uma marca de peso no nome ficarão cada vez mais comuns.

Não é por acaso que a CBS aprovou um revival de CSI (2000-2015) com parte do elenco original seis anos após a conclusão da série original. Ou que a franquia NCIS, a mais vista do mundo todo, ganhará mais um spin-off, agora situado no Havaí e com uma mulher à frente da equipe.

A ABC, por sua vez, aposta em uma nova versão de Anos Incríveis (1988-1993), agora com uma família negra em destaque. E a CW, que já conta com sete séries de super-heróis na grade, tem grandes chances de aprovar mais duas: Naomi, baseada nos quadrinhos da DC Comics, e Powerpuff, uma adaptação live-action da animação As Meninas Superpoderosas (1998-2005).


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