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JORNALISMO INTIMIDADO

Vídeo mostra equipe da Globo sendo hostilizada e expulsa por bolsonaristas

REPRODUÇÃO

Montagem com imagens de um vídeo que mostra dois homens acuando a equipe de Jornalismo da Globo

Equipe da Globo foi hostilizada e acabou expulsa aos gritos por dois homens durante um link para o SP1

REDAÇÃO

Publicado em 14/4/2020 - 17h23
Atualizado em 14/4/2020 - 17h58

A equipe de Jornalismo da Globo que sofreu um ataque na tarde desta terça-feira (14), durante uma entrada ao vivo no telejornal SP1, foi expulsa da cidade de Francisco Morato, na Grande São Paulo. Imagens obtidas pelo Notícias da TV mostram a repórter Mariana Aldano e sua equipe foram intimidados e impedidos de trabalhar, aos gritos de "Globo lixo", por simpatizantes do presidente Jair Bolsonaro. Em nota, a emissora repudiou o ataque.

A repórter estava ao vivo no SP1 explicando que havia uma longa fila na porta de uma agência da Caixa Econômica Federal. Entre os motivos da aglomeração, estavam o pagamento e a busca de informações sobre o auxílio emergencial do governo, de R$ 600.

No momento que o cinegrafista foi mostrar a fila, os dois homens se jogaram na frente da câmera e começararam a gritar. Rapidamente, a imagem foi cortada para o apresentador César Tralli, que estava assustado no estúdio, mas deu sequência normalmente ao telejornal.

Em vídeo feito por uma pessoa que estava no local, é possível ver que homens continuaram xingando os funcionários da Globo mesmo depois que eles interromperam os trabalhos. Acuados, eles não reagiram.

Além da repórter e do cinegrafista, havia um auxiliar e um homem de camisa branca, que aparentava fazer a segurança da equipe. Além de "Globo lixo", os dois homens gritaram "vaza". Mariana Aldano ainda continuou na rua durante um tempo, enquanto os dois homens voltaram para a fila e continuaram falando aos berros. A maioria das pessoas no local apenas observou.

Assista abaixo:

Durante a tarde, a repórter Mariana Aldano tranquilizou seguidores no Twitter dizendo que estava "tudo bem" após o ataque ao vivo. Veja abaixo as respostas da jornalista da Globo:

Assista ao vídeo abaixo do momento em que o link no SP1 foi interrompido:

Globo repudia ataques

Em nota, a Globo informou que entende que os protestos são direitos do cidadão, mas que repudia qualquer tipo de violência. A emissora ainda explicou que não comenta medidas de segurança justamente para proteger a equipe. Leia abaixo:

"Eventos como esse atrapalham o trabalho dos repórteres, que estão cumprindo a importante missão de informar. A Globo entende que protestar é um direito do cidadão, sempre que dentro da legalidade. A emissora repudia qualquer tipo de violência e aproveita para reiterar que cobre os fatos com isenção e profissionalismo, e que assim continuará a fazer o seu trabalho."

"Sobre medidas de segurança, exatamente por uma questão de segurança não comentamos esse assunto."

Outro ataque

Essa não foi a primeira vez que um ataque contra profissionais da Globo aconteceu na última semana. Na sexta-feira (17), Renato Peters estava denunciando a falta de cuidado do Hospital Geral da Cachoeirinha, na zona norte de São Paulo, que teria misturado os casos e estaria tratando um paciente sem sintomas da Covid-19 juntamente com outros já infectados pelo coronavírus.

Além disso, o profissional explicava a nova dinâmica de divulgação dos boletins médicos também no SP1, quando uma mulher invadiu a transmissão e arrancou o microfone de suas mãos. O repórter foi empurrado por uma apoiadora do presidente: "A Globo é um lixo e [Jair] Bolsonaro tem razão!", disparou ela.

A mulher não foi identificada após o empurão no jornalista, e ele não reagiu. No estúdio, Tralli interrompeu a transmissão ao vivo e pediu desculpas aos telespectadores.

"Peço desculpas a você, o Renato Peters estava ao vivo fazendo explicações importantes sobre a situação de uma família que passa apuros aqui em São Paulo", disse o apresentador. Confira:

Mais tarde, o repórter da Globo esclareceu em seu perfil no Twitter que estava bem e sem nenhum arranhão. A apoiadora de Bolsonaro estava na rua com uma criança de cinco anos em meio à pandemia de coronavírus.

Nas redes sociais, o público criticou a ação da moça e apontou a ação como falta de educação e respeito. "[A mulher] não percebeu que estávamos lá para mostrar que o hospital do bairro dela já está em situação crítica", declarou o jornalista. "No mais, fique em casa. Eu sigo na rua para reportar", aconselhou o jornalista da Globo. Veja:

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