TRALLI ASSUSTADO
REPRODUÇÃO/TV GLOBO
Mariana Aldano e César Tralli em link para o SP1: equipe foi interrompida enquanto passava informações
REDAÇÃO
Publicado em 14/4/2020 - 13h04
Atualizado em 14/4/2020 - 17h55
Quatro dias depois de o repórter Renato Peters ter sido interrompido no ar por uma simpatizante do presidente Jair Bolsonaro, outra equipe da Globo foi atacada em uma entrada ao vivo do SP1. A jornalista Mariana Aldano estava nesta terça-feira (14) na porta de uma agência da Caixa Econômica Federal em Francisco Morato, na Grande São Paulo, quando dois homens saíram de uma fila e começaram a gritar "Globo lixo". Em nota, a emissora repudiou "qualquer tipo de violência".
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A imagem rapidamente foi cortada para o estúdio, onde o apresentador César Tralli demonstrava estar assustado com o que tinha acabado de acontecer. O jornalista não mencionou o ataque à equipe de reportagem e deu sequência ao telejornal normalmente.
Na semana passada, Renato Peters fazia em um link ao vivo com César Tralli no SP1 quando uma mulher invadiu a transmissão e arrancou o microfone de suas mãos. O repórter foi empurrado por uma apoiadora do presidente: "A Globo é um lixo e [Jair] Bolsonaro tem razão!", disparou ela.
De acordo com profissionais da Globo ouvidos pelo Notícias da TV, não houve nenhuma mudança em relação à segurança de repórteres após a agressão a Renato Peters. Assista ao vídeo abaixo:
Durante a tarde, a repórter Mariana Aldano tranquilizou seguidores no Twitter dizendo que estava "tudo bem" após o ataque ao vivo. Veja abaixo as respostas da jornalista da Globo:
Tudo bem por aqui. 😘
— Mariana Aldano (@marianaaldano) April 14, 2020
Tá tudo bem por aqui, Rúbia 🙏🏾😘
— Mariana Aldano (@marianaaldano) April 14, 2020
Imagens obtidas pela reportagem mostram a repórter Mariana Aldano e sua equipe foram intimidados e impedidos de trabalhar mesmo depois do link ser interrompido. Veja:
Em nota, a Globo informou que entende que os protestos são direitos do cidadão, mas que repudia qualquer tipo de violência. A emissora ainda explicou que não comenta medidas de segurança justamente para proteger a equipe. Leia abaixo:
"Eventos como esse atrapalham o trabalho dos repórteres, que estão cumprindo a importante missão de informar. A Globo entende que protestar é um direito do cidadão, sempre que dentro da legalidade. A emissora repudia qualquer tipo de violência e aproveita para reiterar que cobre os fatos com isenção e profissionalismo, e que assim continuará a fazer o seu trabalho."
"Sobre medidas de segurança, exatamente por uma questão de segurança não comentamos esse assunto."
Na última sexta-feira (17), Peters estava denunciando a falta de cuidado do Hospital Geral da Cachoeirinha, na zona norte de São Paulo, que teria misturado os casos e estaria tratando um paciente sem sintomas da Covid-19 juntamente com outros já infectados pelo coronavírus. Além disso, o profissional explicava a nova dinâmica de divulgação dos boletins médicos.
A mulher não foi identificada empurrou o jornalista, e ele não reagiu. No estúdio, Tralli interrompeu a transmissão ao vivo e pediu desculpas aos telespectadores.
"Peço desculpas a você, o Renato Peters estava ao vivo fazendo explicações importantes sobre a situação de uma família que passa apuros aqui em São Paulo", disse o apresentador. Confira:
FALTA DE EDUCAÇÃO define. O Repórter falava sobre um paciente sendo atendido misturado à pessoas com suspeita de COVID. O povo está doente.#sptv#sp1#sptv1#BolsonaroGenocidapic.twitter.com/3wIm5EsgJi
— DanDan 🤞🏾 (@eeuadanny) April 10, 2020
Mais tarde, o repórter da Globo esclareceu em seu perfil no Twitter que estava bem e sem nenhum arranhão. A apoiadora de Bolsonaro estava na rua com uma criança de cinco anos em meio à pandemia de coronavírus.
Nas redes sociais, o público criticou a ação da moça e apontou a ação como falta de educação e respeito. "[A mulher] não percebeu que estávamos lá para mostrar que o hospital do bairro dela já está em situação crítica", declarou o jornalista. "No mais, fique em casa. Eu sigo na rua para reportar", aconselhou o jornalista da Globo. Veja:
Gente! Ta tudo bem aqui.Nenhum arranhão,nem susto.A mulher,que estava com uma criança de 5anos,só não percebeu que estávamos lá pra mostrar que o hospital do bairro dela já está em situação https://t.co/7TMEuDc76u mais, #ficaemcasa. Eu sigo na rua pra reportar.Sempre
— Renato Peters (@renatopeters) April 10, 2020
Amigos, obrigada por tanto carinho e preocupação. Para a infelicidade dos que nos atacaram, estamos bem. E seguimos fortes para continuar cumprindo a nossa missão de informar.
— Mariana Aldano (@marianaaldano) April 14, 2020
Charge do @renatopeterspic.twitter.com/tI3L6SyGdZ
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