DRIELE VEIGA
REPRODUÇÃO/INSTAGRAM
Driele Veiga: repórter xingada por Bolsonaro foi demitida do SBT após ouvir proposta da Record
Demitida no mês passado da TV Aratu, afiliada do SBT na Bahia, Driele Veiga revelou o motivo de sua saída. Ela foi à sede da da Record em Salvador para ouvir uma proposta da concorrente, mas rechaça qualquer questão antiética. "Quem me conhece sabe da minha índole e minha relação com as empresas por onde passei. Sempre fui muito comprometida. Não traí ninguém", diz em entrevista ao Notícias da TV.
A jornalista ficou conhecida nacionalmente após ter sido chamada de "idiota" pelo presidente Jair Bolsonaro ao tentar fazer uma pergunta para ele durante uma visita sua na cidade de Feira de Santana, sertão da Bahia, em abril de 2021. Driele questionou Bolsonaro por ele ter posado com o apresentador Sikêra Jr. em uma foto com os dizeres "CPF cancelado" no auge das mortes por Covid-19 no Brasil.
"O senhor foi criticado, presidente, sobre uma foto postada dizendo 'CPF cancelado' em um momento de tantas pessoas morrendo", disse a repórter. "Você não tem o que perguntar não? Deixa de ser idiota!", retrucou o presidente. O caso foi repudiado por associações de jornalistas, mas não foi comentado pelo SBT na ocasião.
Seu trabalho ganhou destaque e chamou atenção da Record, que marcou uma conversa para apresentar uma proposta. A ideia era usar suas matérias de apelo popular no Balanço Geral. No entanto, a informação da ida de Driele Veiga à emissora vazou em grupos de jornalismo na Bahia.
Ao Notícias da TV, a jornalista admite a entrevista de emprego na Record, mas diz que não desrespeitou sua antiga empregadora. Apenas ouviu uma proposta de uma concorrente que deseja contar com seus serviços, como já ocorreu com outros profissionais.
"Não foi boato, não, foi verdade. Estive na emissora para um bate-papo com a direção de Jornalismo da Record. Mas que babado, viu? Nem bem tinha saído da reunião e meu celular já estava com milhares de mensagens curiosas. Como souberam? Deus é quem sabe! (risos)", brinca a jornalista.
"As pessoas especulam muito e, às vezes, nem sempre é para o bem. Até hoje me perguntam porque eu não fiquei na Record. Agora todo mundo vai saber (risos). O que tenho a dizer é que quem me conhece sabe minha índole e minha relação com as empresas por onde passei. Sempre fui muito comprometida, honesta e cuidadosa. Não traí ninguém", conclui ela.
O Notícias da TV apurou que Driele estava visada para ser dispensada na TV Aratu/SBT desde a questão com Jair Bolsonaro, fato que ela diz desconhecer: "Eu acredito que não tem nada a ver. A TV Aratu/SBT contratou Driele Veiga, uma jornalista e não uma publicitária. Eu era remunerada para fazer jornalismo imparcial. Já deixei alguns políticos em saia-justa como Rui Costa, atual governador da Bahia, ACM Neto, ex-prefeito de Salvador... Meu trabalho não tem partido".
Agora, ela se diz aberta para propostas de TV. Enquanto isso, aceita trabalhos de freelancer. Ela atuará, por exemplo, na cobertura de um evento de São João na cidade de Amargosa, no interior da Bahia. Mas seu sonho mesmo é comandar um programa popular na TV aberta, bem ao seu estilo. Ela não descarta até mesmo sair do Nordeste.
"Eu amo reportagem. Do fundo do meu coração, eu amo fazer. Gosto de gente, do povo lindo de meu Deus! Na TV Aratu/SBT, eu apresentei quase todos os programas, mas sempre substituindo grandes nomes. Também, amo desafios! Escorpiana, né? Toparia demais apresentar um programa. Gosto muito do estilo do programa popular em TV. Uma forma de dar voz ao povo", analisa.
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