JORNALISTA EM COMERCIAIS
REPRODUÇÃO/YOUTUBE
Mari Palma em campanha comercial de instituição financeira; a jornalista foi liberada para fazer publicidade
No comando do CNN Tonight desde julho, Mari Palma começou a aparecer nos intervalos comerciais de TVs concorrentes nesta semana. A apresentadora de 31 anos foi contratada para ser o rosto e a voz de um banco que tem como um dos sócios Rubens Menin, principal investidor e presidente do conselho de administração da CNN Brasil. Mas por que o canal de notícias liberou uma jornalista para fazer propaganda?
A explicação é que ao deixar o Live CNN Brasil em junho, que era um telejornal de hard news (notícias quentes, do momento), e migrar para o CNN Tonight, que é um talk show classificado pelo canal como soft news (mistura de jornalismo e entretenimento), Mari Palma ficou livre para fazer publicidade.
Procurada pelo Notícias da TV, a CNN Brasil confirma que a jornalista pode fazer propaganda por não estar mais ligada ao noticiário de conteúdos quentes. Seus colegas de bancada no programa noturno, Leandro Karnal e Gabriela Prioli, também podem aparecer como o rosto de empresas.
Esse é o mesmo caso de Evaristo Costa. O jornalista já foi contratado pelo canal, em 2019, com total liberdade para fazer publicidade. Sem a responsabilidade de comandar telejornais, o ex-Globo e também influenciador digital precisa apenas submeter ao canal as propostas que recebe.
As empresas gostam de ter jornalistas à frente de suas campanhas, pela mensagem de credibilidade que eles passam para boa parte do público. No entanto, os profissionais dessa área só costumam ser liberados para a propaganda quando estão mais ligados ao entretenimento.
Na Globo, por exemplo, nomes como Fátima Bernardes, Pedro Bial, Tiago Leifert e Fernanda Gentil são ex-integrantes do Jornalismo e do Esporte que migraram para o Entretenimento e foram contratados por empresas anunciantes da TV.
Mari Palma foi a escolhida para apresentar pela primeira vez na televisão a plataforma de investimentos do Banco Inter. As peças publicitárias serão exibidas durante 60 dias em TV aberta e fechada, além do uso de banners em sites e conteúdos pagos em redes sociais.
A instituição financeira tem Rubens Menin como seu criador e um dos acionistas. O filho dele, João Vitor Menin, é o CEO. Líder de um clã que controla cerca de R$ 25 bilhões, o principal investidor e presidente do conselho administrativo da CNN Brasil ainda tem influência sobre companhias como a construtora MRV.
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