No Domingão com Huck, Diego Hypolito milita contra homofobia: 'Dor é dor'

Diego Hypolito aproveitou a sua participação no Domingão com Huck para realizar um discurso contra a homofobia. Neste domingo (31), após Luciano Huck citar, de forma indireta, a polêmica com o jogador de vôlei Mauricio Souza, o participante do Show dos Famosos criticou posicionamentos preconceituosos. "Dor é dor", desabafou o atleta.

"Nesta semana, tive a felicidade de tropeçar com uma postagem sua que queria destacar. Tivemos uma postagem muito polêmica de um medalhista olímpico, e você como medalhista olímpico também, fez uma postagem em resposta ou se posicionando a questão da homofobia, das liberdades, do respeito as diferenças. Acho que a gente precisa falar sobre isso também", pontuou Huck após a apresentação de Hypolito como Rogério Flausino.

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Em seguida, a atração exibiu um conteúdo publicado pelo ginasta no Instagram, no qual ele questionou posicionamentos preconceituosos do público.

"Se a gente olhasse um pouquinho mais, que Deus fez todo mundo diferente, somos todos diversos. Problema é que temos maus exemplos de cima para baixo, governamentais, pessoas que implantam ódio nas falas e tem gente que ainda aplaude isso. Não consigo entender", disse Hypolito.

De volta ao palco do Domingão, o ginasta reforçou o seu posicionamento e o complementou: "Vim de raízes muito humildes e todo mundo sabe a sua história, cada pessoa tem uma história, e dor é dor. A minha dor é uma, a sua é outra. Acredito que a gente está em um período muito crítico, parece que estamos no fim dos tempos".

"As pessoas não se incentivam, não elogiam, não falam que amam. Só criticam as outras pessoas com a base no conhecimento delas. Eu acredito que a gente vive um mundo hoje em dia que dá oportunidade para todos, e essas chamadas minorias, como as pessoas falam, não são minorias", prosseguiu ele.

"É que agora a gente tem espaço para falar. A partir do momento que a gente tem espaço para falar, temos a liberdade de colocarmos o que pensamos e sentimos", completou. 

O marido de Angélica endossou o discurso e aproveitou o momento para destacar o posicionamento do atleta. "Acho importante e, enquanto tiver voz, quero que minha voz ecoe e vá o mais longe possível defendendo as liberdades, cada um tem que ser feliz do jeito que é. O desrespeito é o que nos separa, é assoprar a brasa do que temos de pior nesse país", disse Huck.

"Homofobia é crime", emendou Hypolito, seguido por Preta Gil, jurada da competição. "Homofobia não é opinião. Você discriminar alguém não é opinião. Saibam disso e parem, porque as punições vão acontecer, sejam em esferas judiciais, dentro de uma confederação, dentro da própria família", defendeu a cantora. 

"A lei será seguida sempre e vale para todos. Ninguém está acima da lei mas, no dia a dia, a palavra é respeito", finalizou o titular do Domingão. Hypolito já participou de reuniões com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre esporte, chegou a postar fotos ao lado do político, mas afirma que não compactua com os posicionamentos do chefe de Estado do Brasil.

Entenda o caso

A polêmica em torno de Mauricio Souza começou em 15 de outubro. Após a DC Comics anunciar que, nos quadrinhos, o novo Superman é bissexual. O atleta criticou a decisão criativa da empresa. "Ah, é só um desenho, não é nada demais. Vai nessa que vai ver onde vamos parar", disse Souza na legenda de uma publicação em seu Instagram.

Douglas Souza, também jogador de vôlei e representante da comunidade LGBTQIA+ no esporte, comentou a novidade: "Engraçado que eu não virei heterossexual vendo os super-heróis homens beijando mulheres. Se uma imagem como essa te preocupa, sinto muito, mas eu tenho uma novidade para a sua heterossexualidade frágil. Vai ter beijo, sim. Obrigado, DC, por pensar em representar todos nós e não só uma parte".

"Hoje em dia, o certo é errado e o errado é certo. Não se depender de mim. Se tem que escolher um lado, eu fico do lado que acho certo! Fico com minhas crenças, valores e ideias", disse o apoiador de Jair Bolsonaro (sem partido) em uma indireta ao colega de Seleção Brasileira de Vôlei nas Olimpíadas de Tóquio.

O caso ganhou força nas redes sociais, e os patrocinadores do Minas Tênis Clube, em que Souza jogava, pediram para que a entidade tomasse "medidas cabíveis". O atleta foi afastado e, em seguida, demitido do clube.

No Seleção SporTV de quarta-feira (27), Casagrande criticou o atleta: "É crime, é covardia e é mau-caratismo. Principalmente e especificamente o Mauricio Souza. Esse cara, Mauricio Souza, é um homofóbico, preconceituoso, possivelmente racista, covarde e mau-caráter".

No Globo Esporte de quinta-feira (28), Andreoli opinou sobre o caso. "Mauricio, homofobia não é opinião, é crime, cara, mata! Você fez essa ofensa na rede sociais onde você tem 300 mil seguidores [Instagram], depois foi pedir desculpa em uma na qual você tem 50 [Twitter]? Atitude covarde", disse o titular do esportivo.

"Outra coisa, essa questão não é política. Você não foi demitido do Minas porque é conservador, de direita ou religioso, nem por causa da lacração da internet. Você foi demitido do Minas porque foi homofóbico e, pelo jeito, não se arrependeu. Homofobia é crime e não se respeita", finalizou Andreoli.

Mauricio Souza processará a Globo, Andreoli e Casagrande por danos morais, calúnia, difamação e injúria. Para o Notícias da TV, a defesa do atleta antecipou que um levantamento digital será realizado e que os internautas que acusaram Mauricio de ser homofóbico também serão processados.