Ministério Público denuncia Adrilles Jorge por suposta saudação nazista

O Ministério Público de São Paulo denunciou Adrilles Jorge devido a suposta prática de uma saudação nazista durante o programa Opinião, da Jovem Pan. Nesta quinta-feira (31), o órgão disse que o ex-BBB realizou o gesto conhecido como Sieg Heil após um comentário na atração. Caso seja condenado, o poeta pode ser punido com até três anos de prisão e pagamento de multa.

Segundo a denúncia assinada pela promotora de Justiça Maria Fernanda Balsalobre Pinto, Jorge sabia que praticava a saudação nazista. Dessa forma, ele poderá responder por violação à Lei 7761/89, que pune quem pratica, induz ou incita discriminação, ou preconceito por raça, cor, etnia, religião e procedência nacional.

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"Importa anotar que não se trata de analisar o mérito dos argumentos do denunciado, mostrando-se irrelevante qualquer discussão ideológica no âmbito do direito penal, sendo certo que o contexto guarda relevância tão somente para evidenciar que o gesto externalizado é a saudação nazista Sieg Heil, a qual encontra subsunção penal em razão do conteúdo inerente, cujo significado era de pleno conhecimento do ora denunciado ao tempo da conduta", afirmou a promotora na denúncia divulgada pelo Ministério Público.

Em 8 de fevereiro, o programa comandado por William Travassos debatia sobre a declaração pró-nazismo feita por Bruno Aiub, o Monark, no podcast Flow. Após uma discussão sobre o tema, Jorge fez um aceno com a mão. O gesto foi considerado uma forma de apologia ao nazismo. "Surreal", reagiu Travassos, enquanto Jorge ria.

Após ser criticado nas redes sociais, o ex-BBB foi criticado nas redes sociais, pediu desculpas e disse, no Twitter, que tudo não passava de um mal-entendido: "A insanidade dos canceladores ultrapassou o limite da loucura. Depois de um discurso meu veemente contra qualquer defesa de nazismo, um tchau é interpretado como um saudação nazista. Nazista é a sanha canceladora que não enxerga o próprio senso assassino do ridículo".

Na época, a Jovem Pan divulgou uma nota de repúdio sobre o caso, e Jorge foi demitido da emissora de rádio e televisão. "O Grupo Jovem Pan repudia qualquer manifestação em defesa do nazismo e suas ideias. Somos veementemente contra a perseguição a qualquer grupo por questões étnicas, religiosas, raciais ou sexuais", dizia um trecho do posicionamento da empresa.

Porém, no dia 28 de março, Jorge voltou ao canal e reassumiu o trabalho como comentarista no Morning Show. Segundo fontes do Notícias da TV, a recontratação foi ordenada por Antônio Augusto do Amaral Carvalho Filho, o Tutinha, dono da emissora.

Procurado pelo Notícias da TV, Adrilles Jorge comentou sobre a denúncia do MP:

Já me manifestei o suficiente. Eu dei um tchau que dei em outros programas da Jovem Pan dezenas de vezes. Fiz um discurso veemente contra o nazismo nos trinta minutos do programa. A denúncia é absurda, para dizer o mínimo. Vou processar todos que me fizeram esta acusação absurdamente estapafúrdia.