NO RODA VIVA
REPRODUÇÃO/CULTURA
Marcelo Adnet no Roda Viva desta segunda (17); humorista disse que não sabia das denúncias contra Melhem
REDAÇÃO
Publicado em 17/8/2020 - 23h48
Marcelo Adnet disse que não sabia das denúncias de assédio contra Marcius Melhem na Globo. Nesta segunda-feira (17), em entrevista para o Roda Viva, da Cultura, o humorista explicou que o convívio com o ex-diretor dos projetos de Humor da emissora carioca era maior em cena e não na jornada executiva que o colega vivenciou nos últimos anos.
"Olha, eu não sabia, não sabia. Se alguém me convocar algum dia, para algum tipo de esclarecimento, claro que sim [prestarei]. Eu não tenho nada a esconder, nem nada disso. E assim, eu sou um cara muito distante das relações empresariais, decisões executivas. Nunca ocupei um cargo executivo e nunca quis uma vida executiva, como o Marcius estava tocando a atividade dele, muito baseada em uma vida executiva, além da vida de ator", disse Adnet.
"Eu estive muito com ele em cena nos últimos anos, mas não estive muito presencialmente junto. Então, isso é um assunto que é para ser resolvido não por um ator. Não tenho esse poder de Justiça ou de instituição de tomar uma decisão tão importante e tão delicada também. Sinto que, se eu falar qualquer coisa, vou ser leviano porque não é uma questão de opinião, de gosto. É uma questão, eu acho, mais séria", complementou o humorista.
Anna Virginia Balloussier, repórter da Folha de São Paulo, questionou novamente Adnet sobre o caso pois uma das supostas vítimas do assédio seria Dani Calabresa, ex-mulher do humorista. "Não sabia. Se eu soubesse de alguma coisa, certamente teria me envolvido e me engajado em alguma situação", respondeu ele.
Vera Magalhães, apresentadora do Roda Viva, também abordou o caso e questionou se o entrevistado da semana, ao evitar comentários sobre o caso, não estaria "passando o pano para seu amigo".
"Existem coisas que realmente a nossa opinião pode soar leviana. Quando a gente fala de um caso grave, eu acho que não é caso de opinião, é de lei. Mas se você está pedindo minha opinião e o que eu acho, eu acho que se alguém comete um assédio em um ambiente de trabalho, por exemplo, isso é uma coisa inadmissível, que não cabe", pontuou Adnet.
"Eu quero lembrar que eu fui abusado duas vezes e eu sei como as vítimas sofrem, como elas são a ponta mais fraca de tudo isso. Portanto, eu não tenho poder de polícia para decidir, eu não vou dizer que sim nem que não, porque a minha opinião é exatamente a opinião da dúvida. Porque quando nós nos apressamos em dar uma opinião, condenatória ou não, nós aí sim estamos sendo levianos", seguiu ele.
Marcius Melhem atuava na Globo há 17 anos, mas foi demitido da emissora na última sexta-feira (14). Segundo o ator, a saída do cargo de diretor de Humor ocorreu por "motivos pessoais". No entanto, o colunista Leo Dias apurou que atrizes do núcleo humoristico da emissora denunciaram Melhem no final do ano passado.
Marcelo Adnet seguiu com seu posicionamento sobre o caso e reforçou que optou por uma "posição de neutralidade" no caso, para não cometer nenhum equívoco.
"Posso voltar a falar sobre esse assunto quando ele tiver um esclarecimento. Mas eu estou sempre do lado da vítima. Sempre, para mim não tem nenhuma questão sobre isso. Para mim não tem nenhuma dúvida, não há como ter um ambiente de trabalho em que você tenha que conviver com qualquer tipo de assédio. Isso não, isso é inadmissível", afirmou.
"Isso tem que ser combatido de maneira séria nas instituições, nas empresas, nas vidas pessoais da gente. Isso é um assunto muito sério. O que eu estou dizendo é que eu não sou juiz desse caso para bater o martelo sobre o que aconteceu ou não. Em respeito a todos, inclusive às vítimas, se elas um dia quiserem ou puderem vir a público esclarecer as coisas. E eu posso voltar a falar sobre esse assunto no dia que eu tiver informações mais sólidas sobre uma questão tão séria", destacou ele.
"Eu não estou falando de futebol ou Carnaval, é um tema sério, que envolve muita gente. Eu não posso pesar nem pra um lado nem pro outro. Mas a minha posição de neutralidade é a favor, óbvio, da vítima. Eu já passei por isso, sei como é. Mas não posso ser juiz de uma situação que eu não sei o que de fato ocorreu", concluiu.
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