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Trauma

Marcelo Adnet revela episódios de abuso sexual na infância: 'Pesadelo se repetiu'

Reprodução/TV Globo

Marcelo Adnet em participação no Encontro com Fátima Bernardes em fevereiro

Marcelo Adnet no Encontro com Fátima Bernardes em fevereiro; humorista foi vítima de abuso

REDAÇÃO

Publicado em 10/4/2020 - 12h31

Marcelo Adnet revelou que sofreu dois episódios de abuso sexual na infância, aos 7 e aos 11 anos. O humorista relembrou os crimes cometidos por pessoas próximas da família e contou que precisou fazer terapia para lidar com o trauma. Os parentes só ficaram sabendo do ocorrido há dez anos, quando um dos abusadores morreu.

"O caseiro do lugar onde eu passava as férias começou a se aproximar de mim e pedir favores. Ele me chantageava dizendo que, se contasse algo a qualquer pessoa, meu cachorro morreria. Eu era muito ingênuo. Um dia, quando só estávamos eu e ele em casa, foi para cima de mim. Senti uma dor imensa, mas durou pouco porque meus parentes, que tinham ido ao mercado, voltaram para buscar a carteira", relatou Adnet, sobre o primeiro estupro, em entrevista à revista Veja desta sexta (10).

"Mais tarde, o pesadelo se repetiu com um amigo mais velho da família. Ele não chegou a consumar o ato, como o caseiro, mas me beijou e passou a mão no meu corpo. Foram dois episódios difíceis", complementou o artista.

Marcelo Adnet explicou ainda o motivo de ter mantido em segredo os crimes dos quais foi vítima. Segundo ele, o trauma o fez manter o silêncio diante até das pessoas mais próximas por vinte anos.

"Para se ter uma ideia, só depois da morte desse conhecido da casa, há cerca de dez anos, consegui contar à minha família. Hoje, já falo de maneira natural porque entendi, após anos de análise, que o constrangimento não é meu, e sim de quem me abusou. O que fica disso é o susto, o trauma, a desconfiança", afirmou o ator de 38 anos.

Política e medo

Na mesma entrevista, Adnet contou que se candidatar a algum cargo político não está totalmente fora de seus planos, mas que o medo o deixa com pé atrás de alimentar a ideia.

"Sabe que até penso nessa possibilidade? Mas não agora. Na adolescência, cheguei a cogitar muito isso. Porém, nestes tempos, considero uma empreitada perigosa e que poria não só a mim, mas também a minha família em risco. Não dá para esquecer a execução da Marielle Franco, né?", declarou.

Perguntado sobre a escolha de Regina Duarte para comandar a Secretaria da Cultura, o humorista ponderou: "Em comparação a Roberto Alvim é um enorme avanço. Regina se mostra alinhada com este governo, que por sua vez vê nela uma oportunidade de marketing e propaganda. O trabalho dela não será nada fácil. Daqui a pouco vão acusá-la de ser comunista, vocês vão ver."

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