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QUASE TEVE REPRISE

Marcada por morte de Daniella Perez, De Corpo e Alma foi rejeitada pela Globo?

DIVULGAÇÃO/TV GLOBO

Daniella Perez com uma blusa vermelha interpretando Yasmin em De Corpo e Alma

Daniella Perez em De Corpo e Alma (1992): novela ficou a um passo de ser reprisada na Globo

GABRIEL VAQUER, colunista

vaquer@noticiasdatv.com

Publicado em 27/7/2022 - 6h25

Lembrada pelo público por causa do assassinato da atriz Daniella Perez (1970-1992), De Corpo e Alma (1992) ficou durante anos envolta na lenda de que era uma "novela proibida" na Globo. Mas documentos obtidos pelo Notícias da TV mostram que isso não passa de mito: a líder de audiência já pensou em reprisar a produção dentro do Vale a Pena Ver de Novo há 22 anos. 

Em maio de 2000, a Globo pediu a reclassificação da trama para reprisá-la em sua tradicional faixa da tarde. Até então, a história não era "recomendada para menores de 12 anos", o que na época impedia sua exibição antes das 20h. O Ministério da Justiça concordou com o compromisso da emissora em adequar a história e concedeu classificação livre para a produção protagonizada por Tarcísio Meira e Cristiana Oliveira.

A liberação saiu no Diário Oficial da União de 24 de maio de 2000, em despacho assinado pelo coordenador substituto Francisco Fernandes Quadra. Além de De Corpo e Alma, a emissora obteve liberação para reprisar outras cinco novelas: Corpo a Corpo (1984), A Próxima Vítima (1995), Roque Santeiro (1985) e Explode Coração (1995).

REPRODUÇÃO

Liberação para reprise da novela De Corpo e Alma

Liberação para reprise da novela De Corpo e Alma (1992)

A Globo buscava uma substituta para Tropicaliente (1994), que não foi bem no Vale a Pena Ver de Novo. A forte concorrência com o SBT, que mostrava o seriado mexicano Chaves e filmes com apelo juvenil na extinta sessão Cinema em Casa, deixou a faixa numa situação complicada.

Dos títulos liberados, a Globo optou por reprisar A Próxima Vítima, que tinha sido um grande sucesso cinco anos antes. Para chamar ainda mais a atenção, a emissora exibiu o final alternativo da história.

A tática não deu muito certo, e novela de Silvio de Abreu foi um fracasso no horário, além de ter sido alvo de um processo do Ministério Público pela exibição de cenas violentas para o horário. Roque Santeiro veio em seguida, em dezembro de 2000, e também não fez sucesso. 

Cortes em De Corpo e Alma seriam severos

Não há informações de que Gloria Perez tenha feito um pedido para que a trama não fosse reprisada pela Globo. A informação virou quase uma verdade absoluta pelo senso comum na internet. Mas não há registro de qualquer restrição.

Internamente, no entanto, entende-se que a grande participação de Guilherme de Pádua e Daniella Perez em De Corpo e Alma tende a causar desconforto no público. As cenas dos personagens Bira e Yasmin são cruciais para a narrativa da novela.

Já no segundo capítulo, por exemplo, a mocinha vai atrás da irmã, Paloma (Cristiana Oliveira), que foge do casamento, e a encontra em um matagal escuro. Quem aparece para dar uma carona e levá-las de volta à cidade é justamente Bira. Uma coincidência bizarra com a forma e o local em que Daniella Perez foi assassinada pelo colega de cena.

Veja a cena:

A morte de Daniella Perez

Daniella foi morta aos 22 anos com 18 golpes de punhal dados por Guilherme de Pádua e sua então mulher, Paula Nogueira Thomaz. Na época, Pádua não gostou de ter sua quantidade de cenas reduzida e passou a pressionar Daniella para que Gloria Perez, mãe dela e autora da novela, desse mais importância a seu personagem. Alguns colegas de elenco começaram a perceber o assédio.

Na noite de 28 de dezembro de 1992, Daniella estava voltando para casa após as gravações da novela quando seu carro foi fechado pelo de Pádua. Minutos depois, moradores de um condomínio na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, chamaram a polícia para verificar a presença de carros num matagal.

Pádua e Paula foram presos pelo crime, mas o julgamento só aconteceu em 1997. O ator e a mulher foram condenados por homicídio qualificado, com motivo torpe. A pena dele foi de 19 anos em regime fechado, e a dela, de 15 anos. Mas ambos cumpriram muito menos tempo. Saíram da cadeia por bom comportamento em 1999.

O caso voltou a ser assunto popular por causa da série documental Pacto Brutal, lançada pela HBO Max, que conta o crime do ponto de vista da família de Daniella Perez e de amigos próximos que conviveram com a perda da jovem atriz.


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