TRAMA OUSADA
REPRODUÇÃO/TV GLOBO
Rivalidade entre Donatela (Claudia Raia) e Flora (Patrícia Pillar) é tema central de A Favorita
A Favorita é a novela mais forte nos bastidores da Globo como substituta de O Clone a partir de maio no Vale a Pena Ver de Novo. Exibida entre 2008 e 2009, a trama de João Emanuel Carneiro vai servir como uma espécie de "esquenta" para a estreia de Olho por Olho, folhetim do autor que será lançado direto no Globoplay.
Primeira novela de Carneiro na faixa das nove depois do sucesso de Da Cor do Pecado (2004) e Cobras & Lagartos (2006) às sete, A Favorita nunca ganhou reprise na Globo ou no Viva, apesar dos vários pedidos de telespectadores. Internamente na emissora, a ideia é que a novela coloque o autor na boca do povo e na mídia antes de Olho por Olho estrear na plataforma.
A fase final de O Clone tem elevado os índices de audiência da faixa, e a expectativa é de que A Favorita também mantenha os números lá em cima. Após a mudança na grade da Globo com o fim de Malhação, as tramas das seis ou sete viraram atração no início da tarde, em que hoje está O Cravo e a Rosa (2000). Antes considerado um teste para ver a aceitação do público, o horário já se tornou fixo.
Aliás, ninguém na Globo crava uma data de estreia da obra inédita, que será produzida como um original Globoplay, aprofundando a estratégia da plataforma de investir em novelas para o streaming. Fala-se em "último trimestre de 2022", porque a emissora trata a novela de João Emanuel Carneiro como arma secreta para bater de frente com a HBO Max, que está produzindo as chamadas "telesséries" para abocanhar o público da TV aberta.
Olho por Olho --título provisório da novela de João Emanuel Carneiro-- terá cerca de 80 capítulos e será lançada como uma obra aberta, ou seja, sem que o desfecho da trama esteja definido antecipadamente. É a primeira vez que este recurso será levado a uma plataforma de streaming no Brasil.
Em A Favorita, João Emanuel Carneiro fugiu dos modelos habituais de folhetim ao iniciar a novela sem revelar ao público quem era a vilã e quem era a mocinha.
Ambientada em São Paulo, a história apresenta como trama central a rivalidade entre Flora (Patricia Pillar) e Donatela (Claudia Raia), antigas parceiras da dupla sertaneja Faísca e Espoleta. Após cumprir uma pena de 18 anos de reclusão pelo assassinato de Marcelo Fontini (Flavio Tolezani), o marido de Donatela, Flora deixa a prisão disposta a provar a sua inocência, acusando a ex-parceira de ter cometido o crime.
Ao mesmo tempo, quer se reaproximar da filha Lara (Mariana Ximenes), criada pela rival, fruto de um relacionamento com Marcelo, de quem se tornara amante.
Lara é a única herdeira de um império de papel e celulose e está no centro da disputa entre as duas personagens. Uma das grandes novidades desta produção é a indefinição sobre os papéis de vilã e mocinha da história. Afinal, qual das duas estaria falando a verdade? Flora foi presa com base no depoimento da manicure Cilene (Elizangela), que afirmou ter presenciado o crime.
A ex-presidiária, porém, afirma que foi vítima de uma farsa de Donatela, a quem acusa de estar interessada na fortuna da família Fontini. Segundo Flora, Donatela teria comprado a cooperação de Cilene e de Salvatore (Walmor Chagas) --médico que prestou socorro a Marcelo-- para mandá-la para a cadeia e fazê-la pagar injustamente pelo crime.
Foi com a ajuda de Donatela, por exemplo, que Cilene conseguiu montar seu próprio negócio: além de usar seus dons de vidente, ela mora em uma casa onde abriga meninas que agencia para servir como acompanhantes.
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