ANTES TARDE DO QUE NUNCA
REPRODUÇÃO/TV GLOBO
Maria Júlia Coutinho, a Maju, fez história ao se tornar a primeira mulher negra a apresentar o Jornal Nacional
PAOLA ZANON
Publicado em 30/12/2019 - 5h51
Maria Júlia Coutinho fez história em 2019: ela se tornou a primeira mulher negra a se sentar na bancada do Jornal Nacional. Isso aconteceu com uma demora de 50 anos, idade que o telejornal da Globo completou. O marco aconteceu na noite de 16 de fevereiro, um sábado. Em setembro, a jornalista também assumiu o comando do Jornal Hoje, e sozinha.
A emissora de Roberto Marinho foi duramente criticada por nunca ter colocado uma mulher negra à frente de seu principal telejornal. Até então, o que havia chegado mais perto disso era a apresentação de Gloria Maria no Fantástico.
Maju já integrava a equipe do JN antes de atuar como âncora: como apresentadora do mapa-tempo, ela comandava ao vivo e diariamente as previsões climáticas.
Ela abriu portas. Aline Aguiar, de Minas Gerais, foi a única mulher negra escalada para o rodízio de apresentadores das afiliadas da Globo na comemoração aos 50 anos do telejornal e se tornou a segunda negra a apresentá-lo.
No Brasil, 49,7% das mulheres se declaram pretas ou pardas, de acordo com o Censo do IBGE divulgado em 2010. Apesar de serem quase metade, elas não têm muitos modelos de representatividade na televisão.
A atual apresentadora do Hoje se deparou com a importância de sua representatividade após se derreter com uma fã mirim que se identificou com seu cabelo: "Não resisti", disse ela. Confira a postagem feita por Maju no Instagram:
As conquistas de Maju lhe renderam o título de melhor jornalista em 2019, na premiação do Melhores do Ano, que aconteceu no Domingão do Faustão do dia 15. Ela aproveitou a oportunidade para rebater o ódio que recebe: "Estou blindada para isso. Quanto mais levo porrada, mais se faz necessária a minha presença", disse.
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