Futura rival, CNN usa imagens da Globo para mostrar queimadas na Amazônia

Às vésperas da inauguração da CNN Brasil, prevista para entrar no ar até o fim do ano, a versão internacional do canal de notícias ainda precisa recorrer à Globo para relatar o que acontece no maior país da América Latina. Nesta semana, a CNN comprou imagens da futura concorrente para informar sobre as queimadas na Amazônia.

Depois de ser criticada por celebridades como os atores Leonardo DiCaprio, Jason Momoa e Cara Delevingne, a cantora Ariana Grande, o jogador de futebol Cristiano Ronaldo e a socialite Kim Kardashian por não estar reportando nada sobre os fogos na floresta, a CNN Internacional decidiu entrar na cobertura nos últimos dias.

Para isso, acionou a colaboradora Shasta Darlington, que foi correspondente oficial da CNN no Brasil entre 2011 e 2017 e, desde então, presta alguns serviços para o canal de notícias. Desde ontem (21), ela tem feito relatos sobre os últimos acontecimentos na Amazônia diretamente de São Paulo, enquanto imagens da Globo ilustram a narrativa.

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A negociação de vídeos é uma prática costumeira entre emissoras, especialmente com redes de outros países. A própria Globo também usa conteúdo de agências de notícias internacionais para seus noticiários.

Chama a atenção, no entanto, que a CNN tenha procurado a líder de audiência no país justamente em um momento em que o canal de notícias se prepara para estrear no Brasil --a nova TV do empresário Rubens Menim e do jornalista Douglas Tavolaro tentará bater de frente com a GloboNews, braço noticioso do Grupo Globo.

A CNN Brasil não tem se mostrado nada amistosa com a rival: já tirou da emissora o "casal 20" Mari Palma e Raphael Siani e a jornalista Luciana Barreto, que era repórter do Canal Futura (da Globosat). Os principais nomes do novo canal, Evaristo Costa e William Waack, também são egressos da Globo. Provas de que a emissora dos Marinho tem prestígio com o público brasileiro.

Mas o clima de guerra fria, pelo menos por enquanto, parece ficar só na tensão mesmo. Afinal, até mesmo a toda-poderosa CNN teve de abaixar a crista e recorrer à Globo para poder noticiar o assunto do momento. Resta saber se isso vai mudar quando o canal brasileiro, que apenas licenciou a marca internacional, entrar no ar.