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O SELVAGEM DA ÓPERA

Isabelle Drummond substitui Alice Wegmann e emplaca sexta protagonista

REPRODUÇÃO/TV GLOBO

Isabelle Drummond em cena da novela Novo Mundo, de 2017, em que viveu a protagonista Anna - REPRODUÇÃO/TV GLOBO

Isabelle Drummond em cena da novela Novo Mundo, de 2017, em que viveu a protagonista Anna

DANIEL CASTRO

dcastro@noticiasdatv.com

Publicado em 22/8/2019 - 5h39
Atualizado em 22/8/2019 - 15h14

Com apenas 25 anos de idade, a atriz Isabelle Drummond emplacará sua sexta protagonista na Globo em menos de uma década. Ela será o principal nome feminino do elenco jovem de O Selvagem da Ópera, novela das onze que começa a ser gravada em novembro para estrear em abril do ano que vem. Com 70 capítulos, a "supersérie" de Maria Adelaide Amaral retratará a vida do maestro Carlos Gomes (1836-1896) e terá cenas captadas em Milão (Itália).

Recém-egressa de Verão 90, Isabelle interpretará Ambrosina, o grande amor do criador da ópera O Guarani (1870), impedida pelo pai de se casar com um "mulato". A Globo ainda procura um substituto para Júlio Andrade, que deixou o projeto, para o interpretar o personagem com quem Ambrosina se casa, obriagada por seu pai, a ser vivido por Tony Ramos.

Carlos Gomes será defendido por um ator ainda pouco conhecido, Renan Monteiro, há um ano se preparando para o papel. Luis Miranda interpretará seu pai.

Isabelle ficou com a personagem que seria de Alice Wegmann. A Globo trocou as atrizes nesta semana porque concordou que seria muito curto o tempo para a intérprete da vilã Dalila de Órfãos da Terra descansar e se preparar para o novo trabalho. A atual novela das seis fica no ar até o fim de setembro.

Quem também deixou O Selvagem da Ópera foi Marjorie Estiano, deslocada para um novo projeto, a série Fim, baseada no livro homônimo de Fernanda Torres. A personagem que seria de Marjorie ainda não tem nova intérprete. No segundo semestre do ano que vem, a atriz e Júlio Andrade se reencontram para gravar a quarta temporada de Sob Pressão.

Renan Monteiro, que fez ponta em Novo Mundo, viverá Carlos Gomes na novela (Mauricio Fidalgo/TV Globo)

Em O Selvagem da Ópera, Maria Adelaide Amaral voltará a repetir a parceria com a diretora Denise Saraceni, que comandou Anjo Mau (1997) e A Lei do Amor (2016).

Maria Adelaide costuma dizer que Carlos Gomes, o maior compositor de óperas do Brasil, é um músico cuja obra quase todo mundo já ouviu, mas não sabe de quem é.

Sua peça mais famosa é O Guarani, baseada no romance de José de Alencar (1829-1877) e tema de A Voz do Brasil, programa de rádio oficial dos poderes da República.

Gomes já apareceu em outra obra de ficção da Globo: em 1999, o maestro foi um dos personagens retratados na minissérie Chiquinha Gonzaga. Na ocasião, ele foi interpretado por Paulo Betti. A trama de Lauro César Muniz mostrou uma relação amorosa entre Gomes e Chiquinha (Regina Duarte), algo que estudiosos da vida dos dois compositores negaram que tivesse ocorrido.

Vida de sofredor

Nascido em Campinas em 11 de julho de 1836, Carlos Gomes teve uma vida repleta de sofrimentos e reviravoltas: sua mãe, Fabiana Cardoso, foi assassinada no quintal da própria casa com um tiro e quatro facadas em julho de 1844. Ela estava com apenas 28 anos, e o herdeiro tinha acabado de celebrar seu oitavo aniversário. A única testemunha também foi morta, e o crime nunca foi resolvido.

O nome do pai de Gomes, Manuel José, foi rasurado na certidão do maestro, pois ele só se casou com Fabiana depois do nascimento do filho. Apesar disso, Carlos teve uma convivência intensa com o patriarca, responsável pela parte musical nas cerimônias religiosas da região. A paixão pela música estava no sangue.

Aos 24 anos, Carlos Gomes se mudou para o Rio de Janeiro e virou protegido de dom Pedro 2º. O imperador, inclusive, ajudou o músico a ir para a Itália, onde aprofundou seus estudos e se casou com a pianista Adelina Peri, com quem teve cinco filhos. Três deles morreram ainda crianças e o quarto, Carlos Maria, não resistiu à tuberculose aos 25 anos.

A perda de mais um herdeiro fez com que fosse acometido pela depressão, e Gomes abandonou no meio o trabalho na ópera cômica Ninon de Leclos, a primeira de várias obras que deixou incompletas. Com problemas financeiros e sem vontade de trabalhar, ele teve uma crise nervosa que só era aliviada com o uso de ópio.

Sua derrocada final veio em 1889, com a proclamação da República. Na época, dom Pedro 2º havia prometido que Gomes assumiria a direção do Conservatório do Rio de Janeiro, o que resolveria suas finanças. A queda do Império, porém, mudou esses planos. Sem dinheiro, o músico morreu aos 60 anos, em 16 de setembro de 1896, vítima de um câncer de língua que se espalhou para a garganta.


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