ISSO, ISSO, ISSO...
DIVULGAÇÃO/TELEVISA
Clássico de Roberto Gómez Bolaños, Chaves pode voltar para a TV após acordo feito no México
Quase um ano depois de romper com a Televisa, Roberto Gómez Fernández, presidente do Grupo Chespirito e filho de Roberto Gómez Bolaños (1929-2014), está próximo de uma reconciliação com a emissora mexicana que exibiu Chaves (1973-1980) e Chapolin (1973-1979) originalmente e que foi a responsável por negociar os direitos dos seriados. Essa reaproximação significa que os programas que sumiram da TV e do streaming podem voltar a ficar disponíveis para o público assistir em breve.
"Estamos dando alguns passos nesse processo de reconciliação, em todos os sentidos. Não é que estejamos brigados, longe disso. Pelo contrário. Simplesmente houve divergências e isso nos pegou no meio da pandemia. Creio que as circunstâncias não foram as melhores, agora que estamos em outras circunstâncias, sem dúvida isso vai acontecer", disse Fernández em entrevista para o jornal mexicano El Universal nesta semana.
A "divergência" veio em à tona em julho do ano passado, quando SBT e Multishow anunciaram que não tinham renovado os direitos das obras de Bolaños por causa de uma disputa que acontecia no México. Além do Brasil, todas as exibidoras de Chaves e Chapolin pelo mundo ficaram sem poder mostrar os seriados a partir de 1º de agosto.
O problema envolve a Televisa, conglomerado de mídia mexicana que exibiu os programas e, portanto, é dona dos direitos da obra produzida (ou seja, as fitas com os episódios antigos), e o Grupo Chespirito, administrador do espólio de Bolaños e titular dos direitos intelectuais (personagens e roteiros dos capítulos, por exemplo).
Como Chaves e Chapolin foram gravados pela Televisa no passado, a rede manteve os direitos sobre as fitas dos episódios antigos, que ela distribuía pelos vários canais exibidores das atrações mexicanas até o fim de julho de 2020. No Brasil, além de SBT e Multishow, a Amazon também tinha os episódios disponíveis no Prime Video.
Em troca, a rede mexicana pagava um valor para o Grupo Chespirito. No processo de renovação do contrato, Fernández endureceu as negociações e pediu um aumento no valor pago pelos direitos. As partes não chegaram a um acordo, e a atração deixou de ser exibida mundialmente.
Florinda Meza, viúva de Bolaños, não gostou da medida do herdeiro do criador de Chaves e protestou. Para ela, as obras não poderiam ficar indisponíveis para o público. Na entrevista ao jornal El Universal, o filho do ator disse que tem mantido a eterna Dona Florinda a par das negociações e avisou que um novo acordo com a Televisa deve ser firmado, por conta do bom relacionamento que a família tem com a rede.
"Conheço bem o pessoal da Televisa, trabalhei 40 anos na Televisa, e a família toda faz parte mesmo da empresa. As pessoas com quem lido são até amigas minhas e acho que isso vai ajudar, sem dúvida", apostou o empresário.
Caso a tendência de acerto entre Televisa e Grupo Chespirito se confirme, as redes interessadas nos programas de Bolaños terão mais facilidade para negociar a compra. Exibido no Brasil desde 1984 pelo SBT, Chaves ainda permanecia como um coringa da emissora de Silvio Santos até ano passado, antes de sair do ar.
Fernández também quer lançar novas produções. Na Mipcom 2019, maior feira de televisão do mundo, o filho de Bolaños anunciou seus planos para o UMC (Universo de Mídia do Chespirito), que reunirá vários projetos diferentes sobre o ator mexicano e seus personagens. De uma cinebiografia sobre a vida do comediante a animações e novas séries baseadas em suas criações, tudo estaria ligado no UMC --algo similar ao que a Marvel faz com seus heróis.
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