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MÁRCIO SANTOS

Diretor da Record é indiciado pela polícia por assédio após tirar fotos de jornalista

REPRODUÇÃO/INSTAGRAM

Montagem com Márcio Santos (à esquerda) e Elian Matte (à direita)

Márcio Santos e Elian Matte: diretor de RH da Record foi denunciado por jornalista à polícia

REDAÇÃO

redacao@noticiasdatv.com

Publicado em 5/4/2024 - 13h21

Diretor da Record, Márcio Santos foi indiciado pela Polícia Civil de São Paulo por suspeita de assédio sexual. Ele estava afastado de suas funções na emissora e na Igreja Universal do Reino de Deus desde novembro, quando o jornalista Elian Matte o denunciou sob acusação de tê-lo perseguido nos bastidores da empresa e tirado fotos de seus quadris pelo circuito interno de câmeras.

Segundo a revista Piauí, a investigação do caso foi encaminhada ao Ministério Público de São Paulo no fim de fevereiro. O prazo de distribuição das evidências e depoimentos é de 30 dias. Ainda não há promotores designados para analisar se o caso de fato será aceito como denúncia.

Elian Matte é roteirista do Câmera Record, apresentado por Roberto Cabrini, e trabalha em home office depois de ter sido afastado por conta das investigações. Segundo o depoimento dele à polícia, obtido pelo Notícias da TV, as investidas do chefe começaram em 2022 com convites particulares em sua sala de reuniões e evoluíram para ameaças em 2023.

O jornalista recebia mensagens e fotos constantes de Márcio Santos, sendo algumas delas com teor sexual e elogios ao seu corpo. O diretor também enviava fotos de Matte para o próprio funcionário. As imagens mostravam partes de seu corpo, como os quadris, que eram elogiados pelo chefe. A denúncia foi registrada na Polícia Civil de São Paulo em 14 de novembro.

"São pedidos insistentes para sair e, apesar das minhas negativas, continuou com conversas onde pergunta o tamanho do meu órgão genital, onde diz que tem ciúme doentio por mim e que precisa de ajuda médica. Em uma das mensagens, pediu para que eu não chegasse perto do carro dele no estacionamento, pois me sequestraria", contou o jornalista.

Notícias da TV apurou que Márcio Santos continuará com seu vínculo com a Record durante mais um ano. Isso dependerá do andamento das investigações policiais --a emissora poderá optar por seguir com o contrato ou demiti-lo.

Laudo médico adulterado

O funcionário da Record afirmou que os pedidos insistentes para encontros prejudicaram seu trabalho e sua saúde mental. Com medo de ser demitido, ele cedeu. "Tinha medo de cortá-lo e ser dispensado. Mas tudo piorou quando começou a usar a estrutura da TV para me monitorar", relatou no B.O.

Matte procurou Antonio Guerreiro, vice-presidente de Jornalismo da Record, e relatou o problema. Ele apresentou as trocas de mensagens enviadas por e-mail e WhatsApp. Mesmo após uma reunião com funcionários da alta cúpula da emissora, nada foi resolvido. Sua última manobra foi fazer a denúncia à polícia.

Elian Matte teve sintomas da síndrome de burnout, distúrbio que causa estresse e esgotamento físico em situações de trabalho desgastante. Ele se consultou com uma especialista de uma empresa que atende a Record e confirmou o diagnóstico. A médica, no entanto, revelou que precisaria alterar o atestado por ter sido ameaçada.

Casos de assédio na Record

Esse é o terceiro caso de assédio em cinco anos envolvendo funcionários de alto escalão da Record com outros profissionais de cargos menores. O jornalista Gerson de Souza encarou acusações de assédio de 12 mulheres colegas de Redação no fim de 2019. Ele foi demitido em outubro de 2020. Souza acabou condenado em abril de 2023 a dois anos e meio pelo crime de importunação sexual.

Já em outubro do ano passado, a âncora Rhiza Castro foi demitida da emissora por acusar Thiago Feitosa, um dos principais executivos do Jornalismo da casa, de assédio sexual. A dispensa da jornalista aconteceu dois dias depois de ela ter levado o caso ao departamento de Recursos Humanos (RH).

Segundo a revista Piauí, a Record foi condenada em primeira instância pela Justiça Trabalhista a indenizar Rhiza por assédio moral e sexual. Feitosa fez um acordo com o MP-SP para evitar um processo judicial e ter sua ficha suja. Ele desembolsou uma multa de R$ 26 mil e se livrou da acusação.


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