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POLÍCIA INVESTIGA

Diretor acusado de assédio por jornalista é afastado da Record e da Igreja Universal

REPRODUÇÃO/INSTAGRAM

Márcio Santos (à esquerda) e Elian Matte (à direita)

Márcio Santos e Elian Matte: diretor de RH da Record foi denunciado por jornalista à Polícia Civil

IVES FERRO

ives@noticiasdatv.com

Publicado em 28/11/2023 - 13h09

A Record e a Igreja Universal do Reino de Deus afastaram Márcio Santos de suas funções na emissora e na instituição religiosa. O diretor de Recursos Humanos está sendo investigado pela Polícia Civil após ser acusado pelo jornalista Elian Matte de assédio sexual dentro da empresa.

O Notícias da TV confirmou o afastamento de Santos, que foi visto pela última vez nos corredores da Record na semana passada. Já a Igreja Universal afirmou ao colunista Gabriel Vaquer, do F5, que a instituição não permite a presença de funcionários ou voluntários investigados pela polícia.

"O vínculo do senhor Márcio com a Universal era simplesmente de voluntário. Não tendo a Universal, assim, controle da vida privada de qualquer um dos milhares de voluntários que tem. Desde que soube do ocorrido, a Igreja o afastou da missão de voluntário, até que as investigações sejam concluídas", informou a instituição religiosa em nota.

Márcio Santos continuará empregado durante mais um ano, a depender do andamento das investigações policiais, até a Record decidir se continuará com seu vínculo empregatício ou optará por sua demissão. Santos começou a trabalhar na empresa como office-boy até ocupar o cargo de alto escalão.

O afastamento do diretor é a mesma manobra adotada pela Record em 2019, quando o jornalista Gerson de Souza encarou acusações de assédio sexual de 12 mulheres colegas de Redação. A emissora o proibiu de trabalhar durante um ano, e então o demitiu em outubro de 2020. Souza foi condenado em abril a dois anos e meio pelo crime de importunação sexual.

Jornalista faz B.O. contra diretor

O diretor de Recursos Humanos foi acusado pelo jornalista Elian Matte de assédio sexual. O Notícias da TV teve acesso ao boletim de ocorrência feito por Matte, que narra os supostos abusos: "São pedidos insistentes para sair e, apesar das minhas negativas, continuou com conversas onde pergunta o tamanho do meu órgão genital, onde diz que tem ciúme doentio por mim e que precisa de ajuda médica".

O roteirista de Roberto Cabrini reuniu provas durante um ano através de mensagens do WhatsApp. Matte disse que era monitorado por Santos por câmeras do sistema de segurança da Record, além de ser constantemente chamado para sair e receber presentes.

O jornalista passou por exames médicos com uma especialista oferecida por uma clínica da empresa, que o diagnosticou com síndrome de Burnout (por conta do esgotamento e estresse no trabalho) e crises de pânico. Ele recebeu um laudo e foi afastado pela condição, mas alegou que alguém da Record instruiu a médica a alterar o atestado, pois "não era permitido o diagnóstico de Burnout na emissora".


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