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RHIZA CASTRO

Jornalista é demitida da Record dois dias após denunciar assédio de diretor

REPRODUÇÃO/RECORD NEWS

Rhiza Castro na edição do Esporte Record News do dia 19/02/2022

Rhiza Castro: ex-apresentadora da Record levou denúncia de assédio para o RH da emissora

REDAÇÃO

redacao@noticiasdatv.com

Publicado em 23/10/2023 - 14h38
Atualizado em 23/10/2023 - 18h01

A jornalista Rhiza Castro afirma ter sido assediada por um diretor da Record News durante mais de um ano. A ex-apresentadora do Esporte Record News foi demitida em janeiro de 2023, dois dias depois de denunciar as atitudes do funcionário ao departamento de Recursos Humanos.

Rhiza, que só trouxe o caso à tona nesta segunda (23), deu início a dois processos na Justiça: uma ação trabalhista contra a empresa e outra no âmbito criminal, contra o diretor, cujo nome ela não revelou. A Record não se pronunciou sobre o caso.

Ao Notícias da TV, a ex-apresentadora do Esporte Record News contou que a situação começou com brincadeiras e comentários do diretor sobre sua aparência. "Depois, foram infinitos convites para jantar, tomar vinho... E cada vez mais comentários sobre a minha beleza", lembra. O chefe também enviava presentes e elogiava fotos, segundo Rhiza.

A profissional teve medo de denunciar o diretor e não ter o apoio da Record, mas decidiu dar um voto de confiança para a emissora no início do ano. Dois dias depois de procurar ajuda, foi demitida sob a justificativa de "corte de gastos". "Conheci outras mulheres que passaram por situações semelhantes com ele, mas que não tiveram coragem de falar", acrescenta.

Os processos citados por Rhiza correm em segredo de Justiça. De acordo com ela, houve uma sentença inicial que lhe concedeu vitória em um dos autos, mas ainda cabe recurso dos réus. "Não posso falar absolutamente nada sobre o processo", declara.

A jornalista publicou um vídeo no Instagram em que falou sobre o assunto: "Sofri assédio sexual do meu diretor por quase um ano. No final, eu sofri retaliações porque, obviamente, não cedi… Eu não aguentava mais e decidi fazer a denúncia no RH da empresa. Eu até sabia que isso [a demissão] poderia acontecer, mas eu realmente tinha esperança de que a empresa fosse séria e que zelasse pelo bem-estar dos colaboradores", relata Rhiza Castro.

Eu tenho muito orgulho de ter tido coragem de ter feito tudo isso e saído dessa prisão. Talvez eu tenha sido a única mulher que tenha tido coragem, pois eu sei de várias outras que, assim como eu, sofreram na mão dessa pessoa. É muito triste, pois a gente acaba se sentindo invalidada como profissional, principalmente, mas também como mulher, como ser humano."

A reportagem entrou em contato com a Record na manhã desta segunda (23) e aguardou posicionamento durante três horas. A emissora está ciente da denúncia de Rhiza, mas não emitiu posicionamento oficial sobre o caso até a publicação deste texto. Caso haja resposta, o texto será atualizado.

Confira abaixo o relato de Rhiza:

Record já teve jornalista condenado por assédio

Um dos repórteres mais experientes da Record, Gerson de Souza foi condenado em abril por assediar sexualmente quatro mulheres que trabalhavam no Domingo Espetacular com ele. A Justiça deu dois anos e meio de reclusão pelo crime de importunação sexual, mas a pena acabou convertida para prestação de serviços comunitários e multa de dez salários mínimos, equivalente a R$ 13,2 mil.

As denúncias contra Souza começaram em maio de 2019, quando um grupo de funcionárias foi à polícia registrar boletins de ocorrência contra o comportamento noscivo do jornalista. Na época, elas foram instruídas pela própria emissora e buscarem ajuda das autoridades. Mesmo com o caso em andamento, a Record manteve o repórter contratado até 2020, quando enfim foi demitido.

As vítimas e testemunhas disseram que Gerson de Souza fazia piadas de duplo sentido, dirigia palavras obscenas às colegas de Redação, apalpava seus corpos, e até chegou a roubar um beijo de uma jornalista casada. Em sua defesa, o ex-repórter do Domingo Espetacular negou todas as acusações e alegou ser vítima de vingança por ter criticado uma das mulheres.

O que pesou na decisão do caso foram as 21 testemunhas que estavam a favor das denunciantes, e também o fato da Record tê-lo afastado do trabalho e depois o demitido. Souza bateu o pé e chamou as constatações de "narrativas mentirosas". "Sou de uma época em que brincar com mulher era normal", disse ele à juíza.

Os advogados de Gerson de Souza ainda podem apresentar recurso da decisão. Leonardo Magalhães Avelar, defensor do jornalista, comunicou em nota ao Notícias da TV que a sentença possui erros "graves". "Certamente será objeto de reforma pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo em sede de apelação", pontuou ele.


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