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NO VIVA

Com Helena negra ofuscada, Viver a Vida é reprisada pela primeira vez na TV

REPRODUÇÃO/TV GLOBO

Taís Araujo caracterizada como Helena; ela está com os cabelos presos e exprime preocupação em cena de Viver a Vida

Taís Araujo como a Helena de Viver a Vida (2009); personagem foi jogada de escanteio na novela

REDAÇÃO

redacao@noticiasdatv.com

Publicado em 14/5/2024 - 9h43

Após 14 anos da exibição original, Viver a Vida (2009) ganhará sua primeira reprise na TV. A novela de Manoel Carlos ficou marcada pelo protagonismo arrancado de Taís Araujo --intérprete da primeira e única Helena negra escrita pelo autor. O folhetim substituirá América (2005) na faixa das 22h50 do canal Viva, com reexibição dos capítulos sempre no dia posterior, às 13h30. A estreia está marcada para 22 de julho.

Inicialmente, a trama seguiria os dilemas de Helena, modelo no auge da carreira que decide largar a profissão para se casar com Marcos (José Mayer), empresário bem mais velho do que ela. Só que o casal não caiu no gosto do público, ao mesmo tempo em que Luciana (Alinne Moraes), filha de Marcos, ganhou espaço na história.

Mimada, a jovem sofre um acidente e fica tetraplégica. A partir daí, ela começa a mudar sua forma de pensar e até larga o noivo, o ambicioso arquiteto Jorge (Mateus Solano), para ficar com o gêmeo dele, o médico Miguel (Mateus Solano) --casal que enfim conquistou a simpatia do público.

As mudanças fizeram Taís ser deixada cada vez mais de lado. Somou-se a isso as críticas duras que ela recebia, sendo culpada pela falta de enredo de sua personagem. "Eu lia as páginas do roteiro sem enxergar nada. Eu não conseguia encontrar a personagem, entrei em desespero", contou a artista em entrevista à revista Piauí no ano passado.

"Durante essa novela, foi a primeira e única vez na vida que tomei um porre e, no outro dia, não consegui trabalhar", revelou. "A culpa não foi minha. Ou não foi exclusivamente minha. Eu fui espinafrada e pensava que aquele era o fim da minha carreira. Todo mundo caiu na questão de tratar a personagem como branca, acreditando na democracia racial, de que somos todos iguais. Não é assim na rua, pois o Brasil é racista. Ficou inverossímil", arrematou a artista.

Foi ela, aliás, quem foi atrás do papel. Taís leu uma notícia de que Maneco pretendia escrever sua primeira Helena negra, e, então, se ofereceu para interpretar a personagem. Apesar do problemas e traumas, a atriz ainda consegue enxergar um lado positivo nisso. "Com Helena, eu fui parada na rua por mulheres negras agradecendo por estarem se vendo na TV", ressaltou.

Em depoimento ao programa Tributo a Manoel Carlos, que estreou no Globoplay neste ano, Taís ainda considerou que a personagem de Lilia Cabral era a que mais encarnava o estereótipo de uma Helena do novelista.

"A questão familiar era a redenção entre aquela mãe e aquela filha. Eu tenho sempre a sensação de que eu não era pra ter sido a Helena ali. A Helena era pra ter sido a Lilia Cabral", analisou.

O elenco conta ainda com Bárbara Paz, Adriana Birolli, Natália do Vale, Thiago Lacerda e Rodrigo Hilbert. A reprise no Viva será exibida de segunda a sábado, com maratona aos domingos a partir das 19h.


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