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TRIBUTO A MANOEL CARLOS

Taís Araujo aponta erros e afirma que Lilia Cabral devia ter sido Helena de novela

REPRODUÇÃO/GLOBOPLAY

A atriz Taís Araujo em depoimento cedido ao programa Tributo a Manoel Carlos, do Globoplay, com mãos abertas, dentes à mostra

A atriz Taís Araujo em depoimento cedido ao programa Tributo a Manoel Carlos, do Globoplay

REDAÇÃO

redacao@noticiasdatv.com

Publicado em 20/3/2024 - 10h00

Quinze anos após ter vivido uma Helena de Manoel Carlos em Viver a Vida (2009), Taís Araujo analisou a trama e o contexto histórico no qual ela estava inserida. A atriz acredita que houve erros e ingenuidade dela e da Globo por acharem que uma protagonista negra de classe alta seria bem aceita pela sociedade da época. Ela também considera que a personagem de Lilia Cabral era a que mais encarnava o estereótipo de uma Helena de Maneco.

Taís prestou depoimento ao programa Tributo a Manoel Carlos, que estreou no Globoplay na semana passada. A atração faz parte de um projeto da Globo de homenagear grandes artistas de seu elenco e sua história. Já foram contempladas figuras como Laura Cardoso e Zezé Motta, entre outras.

No Tributo a Manoel Carlos, vários atores apareceram para falar de suas experiências em novelas do autor. Taís foi a primeira (e única) Helena negra. Além disso, a personagem dela era diferente das demais Helenas em outros aspectos: jovem, solteira, sem filhos e bem-sucedida na carreira de modelo internacional. Tanto a personagem quanto a atriz foram alvos de críticas e não conquistaram a torcida do público.

"Era difícil aceitar uma negra bem posicionada, sem justificar por que ela estava ali, qual era tinha arrastado até então para poder fazer parte daquele lugar", Taís disse, no início de sua análise.

"Eu recebi uma enxurrada de críticas de todos os lugares, de todos os lados. Aquilo bateu diretamente em mim. Hoje em dia eu consigo ver, com distanciamento, todos os possíveis erros, nossos, meus, do Maneco, do Jayme [Monjardim, diretor da novela], da Globo", confessou.

"A gente pode chamar de erro, eu chamo de ingenuidade muitas vezes, de achar que o Brasil não era esse Brasil que se apresenta hoje. Era um Brasil em que a gente acreditava muito que éramos todos iguais, que éramos todos vistos da mesma maneira, que o que estava escrito na Constituição valia na rua. Quando na verdade não [era assim]", afirmou ela.

A atriz ainda deixou claro que a personagem de Lilia Cabral, uma mãe que cuida da filha que fica tetraplégica, era a "verdadeira" Helena da novela.

Quem tinha a maior característica de Helena era a Lilia Cabral. Que, por ter feito tantas novelas do Manoel Carlos, merecia ter feito aquela Helena. A questão familiar era a redenção entre aquela mãe e aquela filha. Eu tenho sempre a sensação de que eu não era pra ter sido a Helena ali. A Helena era pra ter sido a Lilia Cabral.

Ainda no Tributo, Lilia leu uma declaração de Manoel Carlos sobre por que ela nunca foi escolhida para interpretar uma protagonista em suas novelas.

"As pessoas muitas vezes me perguntam por que ela nunca fez a Helena. Porque ela, pra mim, é a antagonista ideal. Se eu boto ela de Helena, quem é a antagonista da Lilia Cabral? É difícil. Ela é muito boa antagonista. Ela é a que combate a heroína, a rival da heroína", explicou Maneco.

O autor decretou, no entanto, que as personagens de Lilia não eram más, apenas obstáculos na trajetória das protagonistas. "Ela nunca foi vilã. Ela tinha razões pra ser do jeito que ela era. Então, nas minhas novelas, todas elas, ela fez quase todas e sempre se destaca. Não adianta dar papel pequeno pra Lilia. Ela fica grande", decretou o autor.


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