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VEJA VÍDEO

No JN, Renata confronta Bolsonaro sobre imitar paciente de Covid com falta de ar

REPRODUÇÃO/TV GLOBO

Montagem com Jair Bolsonaro à esquerda e a jornalista Renata Vasconcellos à direita

Jair Bolsonaro e Renata Vasconcellos no Jornal Nacional; pandemia foi um dos temas abordados

DANIEL FARAD

vilela@noticiasdatv.com

Publicado em 22/8/2022 - 22h21

Jair Bolsonaro até tentou sair pela tangente ao ser questionado por Renata Vasconcellos sobre ter imitado um paciente de Covid-19 sofrendo com falta de ar. A jornalista, no entanto, insistiu em saber se o presidente se arrependia em algum momento do gesto --feito em uma das suas tradicionais lives nas redes sociais. "O senhor não respondeu a minha pergunta", reclamou ela.

A pandemia foi um dos assuntos da sabatina do candidato à reeleição nesta segunda (22) ao Jornal Nacional. "Em um dos momentos mais dramáticos, o senhor imitou pacientes de Covid com falta de ar e, sobre mortes, o senhor disse: 'e daí, não sou coveiro"', lembrou a apresentadora.

"O senhor [ainda] estimulou o uso e utilizou dinheiro público para comprar medicamento comprovadamente ineficaz contra Covid, além de desestimular a vacinação. O senhor não teme ser responsabilizado, se não pelos eleitores, pela história?", concluiu ela.

"Olha, nós compramos mais de 500 milhões de doses de vacina. Só não se vacinou quem não quis. Foram compradas por mim em um tempo bem mais rápido que em outros países. Não poderia eu, no primeiro momento, dizer que devíamos assinar certos contratos, como, por exemplo, com a Pfizer dizendo que ela não garantia a entrega da vacina", respondeu Bolsonaro.

"O grande erro disso tudo foi um trabalho forte da grande mídia, entre eles a Globo, de desestimular os médicos a fazerem o tratamento precoce. Isso é conhecido como uma liberdade do médico", insistiu o chefe do Executivo, sobre o método reconhecidamente ineficaz pela OMS (Organização Mundial da Saúde).

Virar jacaré

Renata ainda lembrou que Bolsonaro disse que quem tomasse a vacina poderia virar jacaré e ainda a associou ao vírus da AIDS. Ela ressaltou que a farmacêutica Pfizer esperou 93 dias por uma resposta do Governo Federal após oferecer as primeiras vacinas contra o Sars-Cov-2.

"Não houve expiação da minha parte. A Pfizer, no contrato, estava escrito: 'Não nos responsabilizamos por qualquer efeito colateral'. A Pfizer não especificou quais seriam os possíveis efeitos colaterais. Eu usei a figura de linguagem ao falar do jacaré", respondeu o ex-deputado.

"Figura de linguagem? O senhor acha que é o caso de brincadeira?", questionou a âncora.

"Não é brincadeira, isso faz parte da literatura portuguesa. Brincadeira é, em um momento para o Brasil, a imprensa desautorizar os médicos pela sua liberdade de clinicar. E eu não errei nada no que eu falei, eu falei que nós deveríamos tratar dos idosos, e o resto da população deveria trabalhar Hoje, muitos países já falam que o lockdown foi um erro", disse o político.

Falta de oxigênio em Manaus

Renata defendeu que medidas de isolamento social foram adotadas para evitar colapsos no sistema de saúde, como aconteceu em Manaus. "Com pessoas morrendo pela falta de oxigênio, por um erro de logística e gestão do seu ministro de saúde", disse ela, em referência a Eduardo Pazuello.

"Negativo, em menos de 48 horas estavam chegando cilindros lá em Manaus. Fizemos a nossa parte em Manaus, não faltou da nossa parte recursos bilionários para governadores e prefeitos enfrentarem a Covid, para construírem hospitais de campanha", defendeu-se Bolsonaro.

"O fato é que Manaus ficou mais de uma semana, nove dias, sem receber o apoio e as pessoas com falta de oxigênio nos hospitais", continuou a jornalista. 

Arrependimento

Renata ainda insistiu em saber se Bolsonaro se arrependia do vídeo em que imitava a falta de ar de um paciente com Covid-19. "Muitos viram isso como um sinal de falta de compaixão, de solidariedade com as vítimas e com os parentes das vítimas", frisou.

"A solidariedade eu manifestei conversando com o povo nas ruas, visitando a periferia de Brasília, vendo pessoas humildes que foram obrigadas a ficarem em casa sem ter apoio do governador ou prefeito, nós demos o auxílio emergencial imediatamente", tergiversou ele.

"O senhor não se arrepende das declarações?", insistiu. "Poderia ter um caos na rua, criamos imediatamente o auxílio emergencial, fizemos a nossa parte", desconversou Bolsonaro mais uma vez.

"O senhor não se arrepende do seu comportamento?", indagou Renata. "Você acabou de falar que eu não imitei, e voltou a falar em falta de ar". devolveu o presidente. "700 mil mortos. A minha pergunta é muito específica", retrucou ela.

"Lamento as mortes, mas não poderia ser tratada a Covid como começou a ser tratada", concluiu o chefe do Executivo.

Confira o vídeo em Bolsonaro imita uma pessoa sem ar:


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