Após denúncias de abuso, Multishow prepara mudança no Vai que Cola

O Multishow negocia com o ator Fernando Caruso para que ele assuma parte dos roteiros da 11ª temporada do Vai que Cola. Os bastidores da série de humor tiveram muita tensão em agosto, após roteiristas divulgarem uma carta aberta à produção, na qual denunciaram abusos psicológicos que supostamente se iniciaram com queixas do elenco sobre as falas de seus personagens.

Caruso já atuou no Vai que Cola e escreveu dois episódios da 11ª temporada, que está no ar no Multishow. Ele interpretou Wilson, um dos funcionários da pensão de Jô (Catarina Abdalla). A direção continua com Silvio Guindane. As informações são da coluna Play, do jornal O Globo.

Em agosto, os roteiristas do Vai que Cola se uniram para manifestar insatisfação com o elenco. Os profissionais não citaram nomes dos atores, mas os acusaram de agir de forma violenta e abusiva quando não gostavam do que estava escrito nos roteiros dos episódios. A demissão de André Gabeh, um dos principais roteiristas da série, foi o estopim para o pedido de ajuda.

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Gabeh tentava sair do chamado "humor besteirol", estilo que tornou o Vai que Cola uma das séries de humor mais bem-sucedidas do canal a cabo, para colocar diálogos mais politizados nas interações entre Ferdinando (Marcus Majella), Jéssica (Samantha Schmütz), Terezinha (Cacau Protásio) e companhia.

O roteirista foi demitido e acusou o elenco de confabular com sua saída do Multishow. Segundo ele, o motivo teria sido um conjunto de brigas internas que iam além de queixas do que era escrito por ele.

Gabeh reclamou do modo como era tratado pelas "estrelas" do humorístico. Daniel Porto, outro roteirista que trabalhou no Vai que Cola até 2022, concordou com Gabeh e expôs supostos casos de violência psicológica contra ele e os colegas.

Cacau Protásio se pronunciou em nome do elenco da série. Ela negou as acusações e afirmou que sequer tinha algum tipo de contato com os roteiristas. Em nota, o Multishow informou que estava "averiguando as denúncias", e que esse tipo de conduta violenta, relatada na carta aberta dos roteiristas, ia contra as normas internas do canal.