NOVA CASA
REPRODUÇÃO/INSTAGRAM
Adriana Araújo está prestes a assinar com a Band, cinco meses após deixar a Record
Cinco meses após a demissão da Record, Adriana Araújo está em negociações avançadas com a Band. Experiente profissional de bancada de telejornais, ela deverá assumir o Jornal da Noite, um dos noticiários de maior prestígio da emissora que atualmente está sob o comando de Felipe Vieira.
As conversas de Adriana com a direção da Band foram muito rápidas. A emissora vê a jornalista como uma profissional de excelência e um nome forte para assumir o noticiário que encerra a grade jornalística de sua programação.
Antes do vencimento de seu contrato com a Record, em março, Adriana já imaginava que a emissora de Edir Macedo não fosse renová-lo, e o nome da profissional apareceu no radar da concorrência.
Semanas antes de ter sua demissão anunciada, ela foi procurada informalmente por Douglas Tavolaro, que ainda ocupava o posto de CEO da CNN Brasil. Mas, por ironia do destino, ele se desligou do canal e vendeu sua parte da sociedade para Rubens Menin, e o "flerte" com a possível nova casa não prosperou.
Adriana não agiu com pressa para se recolocar no mercado e optou por tirar um período de descanso antes de procurar por novas oportunidades. Em sua primeira investida na Band, a recepção foi bastante positiva e as negociações avançaram rapidamente. O contrato deve ser assinado em breve.
Foram 15 anos na Record, ocupando postos de prestígio, mas o relacionamento de Adriana Araújo com sua antiga chefia começou a azedar no auge da pandemia do novo coronavírus, em março de 2020. Ela não concordou com a postura da emissora, que adotou um tom muito brando na cobertura, e se posicionou contra a linha editorial.
"Lutei por preservar a dignidade profissional da qual não se pode abrir mão. Vou sempre me lembrar de quem caminhou junto comigo nessa jornada. Felizmente todos eles sabem quem são", escreveu a âncora em suas redes sociais.
Em junho de 2020, o Notícias da TV antecipou que, após uma crise de choro nos bastidores em abril, Adriana teve as férias antecipadas. Na ocasião, ela ainda ocupava a bancada do Jornal da Record.
Ao voltar do período de descanso, continuou travando uma guerra diária nos bastidores para uma cobertura menos chapa-branca. A orientação do dono da emissora, Edir Macedo, era para um tratamento mais suave, sem histórias dramáticas, sem críticas ao governo --um mundo bem diferente do que sempre se viu na Globo desde o início da pandemia.
Adriana deixou pública a sua insatisfação em junho. No Instagram, ela cobrou agilidade na divulgação dos dados de infectados e mortos pela Covid-19 e criticou com contundência a política do governo Bolsonaro de só revelar os números oficiais às 22h, depois dos telejornais. Sutilmente, ela fez uma crítica ao jornalismo ao qual emprestava a própria imagem.
A amigos, a âncora comentou na ocasião que estava cumprindo seu contrato com profissionalismo e que lutava diariamente por um telejornal com bom senso e equilíbrio, ou seja, que brigava apenas para fazer um bom jornalismo, e nada mais.
Ainda em junho, Adriana Araújo deixou o comando do Jornal da Record; no mês seguinte, foi anunciada como apresentadora do Repórter Record Investigação, seu último programa antes de ter o vínculo encerrado com a emissora. Agora, de acordo com o colunista Flávio Ricco, do portal R7, a atração de reportagens terá o comando de Roberto Cabrini.
"Fui repórter do começo ao fim desse ciclo, ao persistir na defesa da notícia, da verdade. E quero me lembrar daqui 20 ou 30 anos que, num dos momentos mais dramáticos da humanidade, me posicionei ao lado da ciência e da vida", publicou a jornalista, em sua carta de despedida.
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