Menu
Pesquisar

Buscar

Facebook
X
Instagram
Youtube
TikTok

ACEPIPE OU ASSECLA?

Âncora da Globo, Chico Pinheiro debocha de ministro de Jair Bolsonaro

REPRODUÇÃO/TV GLOBO

Chico Pinheiro no comando do Bom Dia Brasil de 19 de junho, último dia antes de sair de folga - REPRODUÇÃO/TV GLOBO

Chico Pinheiro no comando do Bom Dia Brasil de 19 de junho, último dia antes de sair de folga

VINÍCIUS ANDRADE

Publicado em 28/6/2019 - 14h00

Mesmo fora do Bom Dia Brasil nesta semana, Chico Pinheiro continua antenado no noticiário político brasileiro. O âncora quebrou o decoro que a Globo exige de seus jornalistas nas redes sociais e debochou de um erro do ministro da Educação, Abraham Weintraub. O político do governo Jair Bolsonaro escreveu "acepipes" (aperitivos) em vez de "asseclas" (adeptos) em uma publicação feita no Twitter na quinta (29).

Sem tecer nenhum comentário, o jornalista apenas retuitou o post do ministro. "Tranquilizo os 'guerreiros' do PT e de seus acepipes [sic]: o responsável pelos 39 kg de cocaína nada tem a ver com o governo Bolsonaro. Ele irá para a cadeia e ninguém de nosso lado defenderá o criminoso. Vocês continuam com a exclusividade de serem amigos de traficantes", escreveu Weintraub.

Na sequência, Pinheiro respondeu a duas publicações de seguidores, fazendo piada com a gafe de Weintraub. "Hoje eu comi um acepipe: queijo provolone assado com torradinhas de alho. E uma cerveja IPA. Estava bom...", escreveu o usuário @cjps41mm no Twitter. Pinheiro compartilhou a resposta em sua conta com deboche. "Não! Você comeu um assecla."

Em outro tuíte, o âncora do Bom Dia Brasil deu a entender que os defensores de Jair Bolsonaro na web eram "um grupo de acepipes". "São um único ser em várias contas no Twitter?", questionou o jornalista.

Essa não foi a primeira vez que o ministro cometeu uma gafe, trocando uma palavra por outra. Em maio, Abraham Weintraub confundiu o autor Kafka com o espetinho árabe kafta, ao se recordar de quando foi alvo de um processo administrativo no período em que atuou como professor na Unifesp (Universidade Federal de São Paulo). Ele queria citar uma das obras mais famosas do escritor, O Processo. 

Leia abaixo os tuítes de Chico Pinheiro sobre o uso de "acepipes" no sentido de "asseclas":

Chico Pinheiro na Globo

O jornalista não apresenta o Bom Dia Brasil desde 19 de junho, véspera do feriado de Corpus Christi. Ele tirou uma folga nos últimos dias. A piada de Pinheiro com o ministro da Educação pode não pegar bem nos bastidores da Globo.

Desde junho do ano passado, consta nos Princípios Editoriais do Grupo Globo que os jornalistas da emissora não podem se posicionar politicamente em redes sociais. É vetado até mesmo que eles curtam posts em rede social e façam comentários em grupos fechados de aplicativos como o WhatsApp. A medida foi aplicada após um caso envolvendo o próprio Chico Pinheiro.

O jornalista apresentou a edição do Jornal Nacional que noticiou a histórica prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por quem nunca escondeu simpatia. Na ocasião, o âncora adotou um tom de funeral --teve gente que jura que viu seus olhos marejados.

No dia seguinte, começou a circular pelo WhatsApp um áudio em que Chico Pinheiro fazia uma apaixonada defesa de Lula e criticava sua prisão. Ele nunca assumiu a autoria publicamente, mas o fez a seus superiores e colegas de TV.

Por pouco Chico Pinheiro não foi demitido nessa época. Só se safou porque isso geraria ainda mais barulho/passaria recibo, porque ele tinha acabado de renovar contrato e porque é um apresentador popular, carismático. Sua falta foi considerada tão grave quanto a de William Waack, defenestrado quatro meses antes após o vazamento de um vídeo em que proferia uma piada racista.

Na Globo desde 1996, Chico Pinheiro não vive o seu melhor momento na empresa. Em janeiro deste ano, foi excluído do rodízio de apresentadores dos plantões do Jornal Nacional, o que na emissora significa uma contundente demonstração de perda de prestígio.

Pinheiro começou a cair em desgraça com a cúpula da Globo (membros da família Marinho inclusos) na noite de 2 de dezembro de 2017, quando resolveu encerrar o Jornal Nacional com a marca folclórica que imprimiu ao Bom Dia Brasil: fez um discurso louvando o Dia Nacional do Samba, "o samba que é pai do prazer, que é filho da dor", encerrado com um inédito "saravá e boa noite pra você!".

O excesso de informalidade associado com uma saudação que remete à umbanda e ao candomblé não foi bem visto.

Mais lidas


Comentários

Política de comentários

Este espaço visa ampliar o debate sobre o assunto abordado na notícia, democrática e respeitosamente. Não são aceitos comentários anônimos nem que firam leis e princípios éticos e morais ou que promovam atividades ilícitas ou criminosas. Assim, comentários caluniosos, difamatórios, preconceituosos, ofensivos, agressivos, que usam palavras de baixo calão, incitam a violência, exprimam discurso de ódio ou contenham links são sumariamente deletados.