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20 ANOS NO AR

Ameaçada de perder UFC, Globo investe no boxe para manter canal Combate

REPRODUÇÃO/INSTAGRAM

Mike Tyson com uma camisa preta antes de uma luta em 2020

Mike Tyson: Globo fecha para ter lutas de boxe para suprir possível perda do UFC em 2023

GABRIEL VAQUER, colunista

vaquer@noticiasdatv.com

Publicado em 2/8/2022 - 6h30

Pela primeira vez, a Globo admitiu que pode perder os direitos do UFC (Ultimate Fight Championship), principal evento de MMA do mundo. O contrato chega ao fim neste ano. A empresa diz conversar com a organização e está em busca da melhor "oportunidade". O encerramento do canal Combate, seu pay-per-view de lutas que existe desde 2002, é descartado. Para isso, a emissora diz que fez investimentos em eventos de boxe e outras lutas marciais.

O comunicado foi enviado ao Notícias da TV após a coluna revelar que o UFC procurou a Band para negociar o evento a partir de 2023. Foram oferecidas 12 lutas por ano de cards principais com lutadores brasileiros. A Globo não exibe combates em TV aberta desde 2018 por entender que não havia mais bons números de audiência.

"O UFC é um parceiro de longa data da Globo, com exibição de seus eventos em várias plataformas, em especial no Combate. Mantemos conversas permanentes com eles e estamos sempre buscando boas oportunidades para os dois lados", explica a emissora, sem confirmar sua saída ou sua permanência.

A Globo argumenta que vai investir cada vez mais em outras modalidades, como o boxe. Nos últimos dois anos, com combates envolvendo Whindersson Nunes, Popó e Mike Tyson, o canal à la carte conseguiu angariar mais assinantes e até mais dinheiro do que lutas mais esperadas do UFC, por exemplo. Leia um trecho da nota abaixo:

Há 20 anos, o Combate ajuda a construir a paixão do brasileiro pelos esportes de luta e amplia, cada vez mais, seu portfólio de competições. Recentemente, fechamos novas parcerias com a Top Rank, promotora de lutas com grandes nomes do boxe como Muhammad Ali, Sugar Ray Leonard, Oscar de La Hoya, Floyd Mayweather, Robson Conceição e Esquiva Falcão, e com o Glory, com algumas das maiores promessas do kickboxing mundial.

"Além de MMA, boxe e kickboxing, o canal oferece ainda competições de jiu-jitsu, caratê e muay thai, além de programas exclusivos, documentários, séries e acervo de lutas históricas", conclui o comunicado. A Globo não deu um prazo para finalizar as negociações com o UFC para sua continuidade.

UFC fora da Globo?

O UFC busca uma retomada para 2023. O principal evento de MMA do mundo procurou a Band para negociar um possível contrato para exibição de lutas ao vivo e também gravadas.

O acerto ainda está longe de ser sacramentado. A organizadora de lutas entende que perdeu espaço na Globo, que só fala da categoria para fazer propaganda de vendas do canal Combate, o pay-per-view de lutas.

Ao mesmo tempo, o UFC anunciou planos de lançar o Fight Pass, um serviço próprio de streaming pay-per-view sem a Globo como intermediária no Brasil. Esse modelo já existe em outros países e aumentaria o lucro que Dana White, dono da organização, teria no mercado brasileiro.

A Globo adquiriu as lutas para TV aberta em 2011, logo após transmissões nas noites de sábado da RedeTV! alcançarem o primeiro lugar na audiência. Os primeiros combates chegaram a ter Galvão Bueno na sua narração e ultrapassaram a casa dos 15 pontos de média em plena madrugada. 


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