Ignorado pela Globo na TV aberta, UFC tenta retomada no Brasil com a Band

Fora da TV aberta desde 2018, quando teve uma última transmissão de um evento ao vivo pela Globo, o UFC (Ultimate Fight Championship) busca uma retomada para 2023. O principal evento de MMA (Artes Marciais Mistas) do mundo procurou a Band para negociar um possível contrato para exibição de lutas ao vivo e também gravadas. O vínculo com a Globo vai até o fim do ano. 

A informação foi publicada inicialmente pelo site de lutas americano MMA Fighting, e confirmada com fontes pelo Notícias da TV. A ideia do evento é fazer um esquema parecido com a Fórmula 1, que tem contrato com a Band até 2025. O UFC entra como sócio da empreitada e divide com a emissora do Morumbi o lucro com publicidade. 

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A coluna apurou que as conversas são tocadas por Denis Gavazzi, diretor de Esportes da Band. O objetivo do UFC é ter uma grande rede como parceira se sair da Globo. Hoje, ambas as partes estão muito longe de ter um acerto. A organizadora de lutas entende que perdeu espaço na emissora, que só fala da categoria para fazer propaganda de vendas do canal Combate, o pay-per-view de lutas.

Ao mesmo tempo, o UFC anunciou planos de lançar o Fight Pass, um serviço próprio de streaming pay-per-view sem a Globo como intermediária no Brasil. Esse modelo já existe em outros países e aumentaria o lucro que Dana White, dono da organização, teria no mercado brasileiro.

O pacote oferecido para o UFC para a Band são 12 cards principais para veicular em rede nacional com lutadores brasileiros na luta principal. A organização do evento também procurou a Globo, que não viu a proposta de pacote com bons olhos. A Disney, segundo apurou o Notícias da TV, também foi procurada com a mesma oferta. Houve interesse, mas as conversas não avançaram até o momento.

A Band está animada com o público relativamente fiel que o MMA tem no Brasil. Hoje, a emissora exibe nas noites de sábado o STF, um dos principais eventos da categoria no país. As lutas alcançam 2 pontos de média e chegam a ficar em terceiro lugar na Grande São Paulo. Se fechar com o UFC, a expectativa é que esses índices cresçam mais.

O fato é que são bem grandes as chances de o UFC deixar a Globo, o que coloca em risco a continuidade do Combate. O canal de lutas existe desde o início da década de 2000 e tem uma base fiel de assinantes, que não deixaram de pagar o valor da assinatura mesmo com o campeonato longe de ter seu auge de popularidade.

A Globo adquiriu as lutas para TV aberta em 2011, logo após transmissões nas noites de sábado da RedeTV! alcançarem o primeiro lugar na audiência. Os primeiros combates chegaram a ter Galvão Bueno na sua narração e ultrapassaram a casa dos 15 pontos de média em plena madrugada.