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DE VOLTA NO GLOBOPLAY

Ver os descamisados de Uga Uga na TV de tubo de 29" era top no ano 2000

DIVULGAÇÃO/TV GLOBO

TV de tubo de 29" mostra cena da novela Uga Uga com o ator Cláudio Heinrich

Cláudio Heinrich, na pele do índio Tatuapú: TV de tubo de 29" era a mais vendida em 2000

EDUARDO BONJOCH

edubonjoch@gmail.com

Publicado em 25/2/2023 - 6h20

Quando a novela Uga Uga estreou na Globo, em maio de 2000, o sonho de consumo da maioria dos brasileiros era ter uma TV de tubo de 29 polegadas em casa. A trama, que chega ao Globoplay na segunda (27), foi exibida originalmente no ano em que as vendas desses televisores, considerados de tela grande para a época, ultrapassaram pela primeira vez as das tradicionais telas de 20".

A estabilidade econômica da época aqueceu o mercado e permitiu que muitos brasileiros conseguissem levar para casa a tão desejada TV de 29". Em boa parte dos lares, Uga Uga foi uma das primeiras novelas transmitidas no novo aparelho.

A aquisição fez a alegria de quem queria ver os descamisados Cláudio Heinrich, Humberto Martins e Marcos Pasquim, que interpretaram, respectivamente, o índio Tatuapú e os irmãos Bernardo e Van Damme, em uma tela maior. Na época, marcas como Philips, Philco, Mitsubishi e Gradiente disputavam o bolso dos consumidores nas lojas.

Das linhas de TVs à venda, duas se tornaram bem famosas. É o caso da Lumina, da Semp Toshiba, e da Wega, da Sony, que se tornou referência em TVs de tubo de alta qualidade. No ano 2000, por exemplo, o fabricante tinha oito modelos à venda, de 21" a 53".

Mas os televisores não eram todos iguais. Os aparelhos mais caros e para poucos traziam tela plana, acabando com as linhas arredondadas e curvaturas nos cantos. Essa característica, que era um dos principais destaques da linha Wega, reduziu os reflexos e distorções laterais, além de ampliar o ângulo de visão, permitindo um melhor aproveitamento da imagem.

Paralelamente ao sucesso das TVs de 29", o DVD player se tornaria a estrela do Natal de 2000. O aumento da oferta de títulos e a redução de preços em até 60% (em relação a 1998), estimulada principalmente pela fabricação local, animaram as vendas, popularizando o produto.

Tela fina com imagem ruim

Com foco no apelo visual da espessura reduzida, que ficava entre 10 e 15 centímetros, os primeiros plasmas chegaram ao mercado brasileiro em 1998 custando o preço de um carro zero. No ano 2000, o cenário ainda era o mesmo.

Fora o preço altíssimo, ver uma novela em um plasma de 42" era uma péssima experiência. O perrengue já começava na hora de sintonizar os canais, já que a maioria dessas telas exigia a conexão de um videocassete ou decoder para ver TV.

Mas o principal problema era mesmo a imagem. Exibida em formato 4:3 e baixa resolução, a programação da Globo se adaptava perfeitamente às TVs de tubo, que eram maioria na época. Por outro lado, precisavam ser esticadas para eliminar as tarjas pretas e preencher completamente a tela widescreen, mais retangular, dos primeiros plasmas, deixando atores mais gordinhos e baixinhos, como acontece hoje nas novelas antigas exibidas no Viva.

Além da distorção, a qualidade da imagem era muito ruim, pior até do que nas TVs de tubo de 20" ou 29". A explicação é simples. Telas finas maiores deixavam ainda mais evidentes as imperfeições do sinal de baixa resolução das emissoras. A exceção ficava por conta dos filmes em DVD, que já seguiam, em sua maioria, o formato de tela retangular e resolução dos plasmas, como faria a TV digital anos mais tarde.


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