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FUGA DA AUDIÊNCIA

Autoboicote nas novelas: Globo vira sua maior inimiga com tropeços de amadores

REPRODUÇÃO/TV GLOBO

A atriz Cassia Kis olha para a frente em cena de Travessia na qual usa óculos e faz uma expressão de desagrado como Cidália

Cidália (Cassia Kis) em cena de Travessia: novela das nove tem problemas e não empolga público

MÁRCIA PEREIRA, colunista

marcia@noticiadastv.com

Publicado em 27/12/2022 - 7h00

O segundo ano de José Luiz Villamarim à frente da Dramaturgia da Globo teve mais erros do que de acertos. Conhecida mundialmente como fábrica de novelas, a emissora patinou nas produções inéditas de 2022 --ano da retomada pós-pandemia de Covid-19. Travessia e Cara e Coragem são dois produtos do departamento que apresentam fuga da audiência, e Mar do Sertão é um folhetim que não repercute e impacta como era de se esperar.

O cenário provoca o telespectador a pensar que a emissora desaprendeu a fazer novelas. Desde maio no ar, a trama das sete escrita por Claudia Souto causa indiferença no público. Seus números no ibope não são dos piores, nem dos melhores.

Mesmo recheada de clichês folhetinescos, Cara e Coragem não consegue fazer barulho. Sequestros, falsa morte e vinganças estão no centro da história, mas o casal principal não tem uma grande torcida. Faltou romance e sobra incoerências, como uma cidade inteira dizimada com armas fabricadas de uma fórmula de magnésio --tragédia citada, mas não mostrada.

Há dois meses no ar, Travessia fez o público se perguntar por que a Globo não deixou Todas as Flores no horário nobre da TV aberta em vez de no streaming. As queixas vão de furos no enredo a falta de uma boa história.

Vilã vira figurante em Travessia

A tecnologia seria uma vilã, mas nem o lado moderninho com hacker, robô garçom, metaverso e deep fake despertou muito interesse. Aliás, a tecnologia está mais para figurante do que para antagonista da saga. Por enquanto, não tem atuações brilhantes muito menos catarses. 

Para quem não lembra, Um Lugar ao Sol (2021) nem era tão criticada e foi sacrificada --desde a entrar totalmente gravada (engessada) a ser esticada em prol do adiamento da estreia de Pantanal (2022), em março.

Com problemas em duas faixas de novelas, a emissora começa 2023 prejudicada. E sua maior inimiga parece estar dentro dos Estúdios Globo, no Rio de Janeiro, e nas decisões erradas tomadas por quem escolhe o que vai ao ar. Será que era mesmo o caso de ter passado Travessia na frente para colocá-la no ar desestruturada, sem um fio condutor empolgante e inovador?

Robô Haroldo

Robô Haroldo é atração em bar de Travessia

Será que lançar duas novelas das nove não prejudicou justamente aquela a que todos têm acesso? Não é de hoje que quem pode pagar assinaturas de plataformas de streaming está migrando para séries e novelas que escolhe como e quando quer ver. 

Além da Ilusão e Pantanal

Com isso, o balanço de 2022 das novelas da Globo é que Além da Ilusão (2022) foi o grande acerto. Sem inventar nada de novo, mas com uma história bem redondinha e boas atuações, a trama cumpriu sua missão.

Pantanal foi o grande sucesso do ano, mas é importante pincelar que o texto de Bruno Luperi praticamente não alterou o conteúdo visto em 1990 na Manchete (1983-1999). O fenômeno continuou a ser um fenômeno 32 anos depois, com cenas espetaculares graças à tecnologia que o audiovisual tem à disposição agora e às boas interpretações do elenco.


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