TV por R$ 1, garantia maior e consórcio ajudaram a vender telas nas Copas

A Copa do Mundo é o evento que mais aquece o mercado brasileiro de televisores. Trocar de TV para acompanhar os jogos da Seleção se tornou um hábito nas últimas décadas. E, para vender ainda mais aparelhos, lojas e fabricantes inventaram promoções que ficaram famosas. É o caso da garantia de quatro anos das TVs Mitsubishi nos anos de 1980 e 1990 ou da segunda TV por R$ 1 nas Casas Bahia, se o Brasil fosse campeão em 2014 e 2018.

De todas as campanhas, certamente, a mais lembrada por quem tem mais de 30 anos é a das TVs Mitsubishi com garantia de uma Copa até a seguinte. A estreia foi em 1982, mas começou a ganhar força mesmo a partir de 1986, quando a marca contratou o técnico Telê Santana (1931-2006) para ser o astro dos comerciais e divulgar a promoção no horário nobre.

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A estratégia deu tão certo, que continuou sendo adotada pelo fabricante nos anos de 1990. O auge aconteceu em 1996, quando a Mitsubishi reuniu Santana e Zagallo em um comercial para anunciar a garantia das TVs até o final da Copa de 2002, adicionando quase dois anos em relação às ações anteriores. Com o avanço das telas finas e a redução na vida útil dos aparelhos, uma ação como essa seria impossível nos dias de hoje.

Em 2014, outra promoção ficou marcada na cabeça dos torcedores, com direito a comercial de TV tirando sarro da seleção argentina. Se o Brasil fosse campeão da Copa que sediou naquele ano, os consumidores que tivessem comprado uma TV Samsung de 60 polegadas nas Casas Bahia teriam direito a levar para casa um segundo televisor da marca, com 51", por apenas R$ 1.

Questionada na época se estaria torcendo contra a seleção, a direção da Via Varejo, responsável pela Casas Bahia, explicou que o eventual "prejuízo" com o título já havia sido previamente calculado e seria compartilhado com o fabricante. Verdade ou não, o hexa não veio, a promoção virou piada no Twitter e o barulho fez com que a campanha reaparecesse em formato semelhante em 2018. E, mais uma vez, a sorte estava a favor da rede varejista.

Consórcio era alternativa

Para diluir o alto custo dos eletrônicos em suaves prestações a longo prazo, muitos brasileiros decidiram comprar televisores e videocassetes através de um consórcio nos anos de 1980 e 1990. Na época, a marca Sharp era uma das mais atuantes nesta modalidade de venda. Com parcelamentos de um a três anos, o consumidor tinha chance de retirar o produto antes de finalizar o pagamento através de sorteio ou lance.

Os anúncios de TV do Consórcio Nacional Sharp também marcaram época. No final dos anos de 1980, as "maravilhas" de ter a TV e o videocassete que você sempre quis eram cantadas pelo simpático personagem de animação Grilo Feliz. Foram anos de glória, interrompidos pela falência da Sharp em 2002, deixando muitos consumidores na mão.