DE VOLTA À GLOBO
FOTOS: REPRODUÇÃO
TV de tubo com tela plana era luxo em 1999, quando Mion estava na série Sandy & Junior
Ter em casa uma TV de tubo de tela plana com 29 polegadas era luxo para poucos em 1999, quando Marcos Mion iniciou sua carreira na série Sandy & Junior (1999-2002), da Globo. Depois de 22 anos, ele retorna à emissora para comandar o Caldeirão a partir deste sábado (4). Neste período, telas de plasmas ruins e até as fracassadas TVs 3D se tornaram sonhos de consumo dos telespectadores durante as estreias de Mion na MTV e na Record.
Novidade de 1998, pouco antes da estreia da série Sandy & Junior, as telas planas acabavam de vez com as linhas arredondadas e curvaturas nos cantos da imagem. Entre os principais benefícios, estavam a redução das distorções laterais e a ampliação do ângulo de visão, proporcionando um melhor aproveitamento do que era exibido.
Como as telas planas não cabiam no bolso da maioria dos consumidores, o jeito era investir em uma TV de tubo simples, mas que chamasse a atenção pelo tamanho. Em 2000, quando Mion assumiu e deu uma nova cara para Os Piores Clipes do Mundo, da MTV, as vendas de televisores com 29 polegadas dispararam e o produto se tornou, pela primeira vez, campeão de vendas do setor, ultrapassando os tradicionais modelos de 20 polegadas.
E o que dizer dos plasmas, que, na época, ostentavam o título de modelos mais caros e com a pior imagem para ver TV? Embora imbatíveis no apelo visual e na espessura, que ficava entre 10cm e 15cm, as telas de baixa resolução eram do tipo widescreen, mais retangulares, como no cinema. Esse formato era perfeito para ver filmes e shows em DVD, hobby que estava bombando, mas péssimo para acompanhar a programação das emissoras.
Mion esticado nas primeiras TVs de plasma
A explicação é simples. Enquanto os disquinhos digitais ofereciam o mesmo formato retangular na proporção 16:9 dos plasmas, as transmissões de TV seguiam o padrão 4:3, quase quadrado. Assim, para que o Mion ocupasse toda a extensão de um televisor de plasma, por exemplo, era preciso esticar a imagem, deixando o apresentador do Piores Clipes mais gordinho e baixinho (foto acima), distorcendo a realidade.
Captar o sinal das emissoras era outro perrengue. Grande parte dos plasmas da época era apenas monitor, dependendo de um videocassete ou decoder de TV paga para ver a programação dos canais. E, como muitas residências não tinham antena externa UHF, indispensável para ver a MTV, o telespectador muitas vezes era obrigado a adquirir uma antena interna, como a clássica Plasmatic em formato de triângulo, o que deixava a imagem ainda pior.
Com tantos problemas, é claro que o investimento em um plasma naquela época não valia a pena. O consumidor comprava uma tela de 42 polegadas pelo preço aproximado de um carro zero e que oferecia uma imagem pior para ver TV do que a de um modelo de tubo com 20 polegadas.
TV de LED 3D; sensação em 2010
Em 2010, já na Record, Mion estreou o programa Legendários, que ficaria no ar durante sete anos. No mercado de televisores, a novidade era a TV de LED, uma evolução da tecnologia LCD que permitiu fazer televisores mais finos, eficientes e econômicos. O resultado deu tão certo que até hoje estes modelos são campeões em vendas e variedade de tamanhos.
Mas a história de sucesso das TVs de LED também conheceu um grande fracasso: os televisores 3D. Lançados comercialmente no ano em que o Legendários entrou no ar, estes modelos ganharam força com o barulho em torno do filme Avatar (2009), de James Cameron. A empolgação inicial logo se tornou um grande mico tecnológico, porque era desconfortável ficar em casa com os óculos especiais que permitiam ver as imagens saltando da tela.
Com ou sem bateria, estes acessórios cansavam a visão depois de algumas horas de uso, causando dor de cabeça. E, dependendo da posição do telespectador e se ele estivesse deitado no sofá, por exemplo, o efeito 3D sumia. Além disso, o alto custo destas TVs e a carência de conteúdo foram decisivos para adiantar o fim desta tecnologia.
TV QLED 4K na briga pela melhor imagem
Do Legendários, Mion partiu para o reality A Fazenda, que apresentou de 2018 a 2020. Nas lojas, as TVs 4K eram o novo sonho de consumo. Com 3.840 por 2.160 pixels, a resolução destes modelos é quatro vezes superior à das TVs Full-HD, que ainda dominam as vendas até hoje. Isto se traduz em um maior detalhamento e profundidade, notados principalmente nas telas maiores, até quando se está bem perto do televisor.
Na briga pela melhor imagem, as TVs de LED ganharam o reforço da tecnologia QLED, com painel de pontos quânticos. São modelos que trazem uma película aplicada sobre o painel LCD para reproduzir mais cores e com maior fidelidade. Seu principal concorrente era (e continua sendo) a TV OLED, imbatível no contraste por utilizar pixels orgânicos que emitem a própria luz para gerar as imagens, dispensando a iluminação interna (backlight) do painel.
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