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VENDAS EM BAIXA

Com Black Friday e Natal flopados, mercado de TVs encolhe 23% em 2021

REPRODUÇÃO

Consumidores escolhendo TV de tela grande na loja

O destaque do setor foi o crescimento de 3% nas vendas de TVs com mais de 50 polegadas

EDUARDO BONJOCH

edubonjoch@gmail.com

Publicado em 10/2/2022 - 17h43

Pesquisa divulgada nesta quinta-feira (10) pela GfK mostra uma redução de 23% nas vendas de televisores no ano de 2021 em relação a 2020. Em faturamento, a queda foi menor: 5,3%, reflexo do aumento nos preços dos aparelhos, principalmente nas telas com mais de 50 polegadas --única categoria a crescer em volume e receita no período. Nas duas análises, a alta foi de 3%, representando 22% e 35% do total do setor, respectivamente.

O faturamento obtido com os televisores de até 32 polegadas caiu 1% em relação a 2020, ficando em 18%. Com uma redução de 34% para 30%, essa também foi a categoria que mais encolheu quanto ao volume de vendas no ano. Os dados só confirmam o interesse do consumidor por telas cada vez maiores.

Ao mesmo tempo, as TVs de 39 a 50 polegadas venderam 1% a mais do que em 2020 e passaram a representar 49% do volume total. Já o faturamento dessas telas caiu 2% no período, passando de 49% para 47% no ano passado.

Na indústria, o mau resultado não é visto como uma surpresa. Em dezembro, outro estudo já revelava queda de 21% no volume de vendas de TVs na Black Friday, que é a data mais importante para o setor no ano, na comparação com 2020. Na ocasião, a expectativa com o Natal e o primeiro trimestre de 2022 não era positiva, levando em conta a retração no consumo de itens de alto valor e os estoques cheios do varejo.

Preços altos e efeito pandemia

De acordo com a GfK, vários fatores ajudam a explicar o fraco desempenho do setor de TVs em 2021. Entre eles, está o chamado efeito pandemia, que provocou uma antecipação na troca dos aparelhos no auge da quarentena em 2020, quando os brasileiros passaram a ficar mais tempo em casa.

Outro ponto decisivo foi o aumento nos preços dos televisores nas lojas. Em algumas categorias, a alta foi de até 28% no ano, o que fez o consumidor pensar duas vezes antes de concluir a compra. Na parte da indústria, pesaram na conta a escassez de insumos, que continua e fez os preços dispararem; a alta do dólar e dos fretes internacionais; além dos seguidos reajustes na tarifa de energia elétrica.

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