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EDUARDO BONJOCH/NOTÍCIAS DA TV
Nas lojas, há poucos modelos de 32 polegadas, e o preço deles nem sempre compensa
Elas já foram sonho de consumo dos brasileiros, mas estão saindo de moda. Com menos opções à venda, as TVs de 32 polegadas têm resolução limitada, inferior à tradicional Full-HD. Além disso, com cerca de R$ 300 a mais, dá para uma adquirir uma tela de 40 polegadas. Assim, fica difícil justificar o investimento em um televisor mais modesto no tamanho e na definição da imagem.
O consumidor já percebeu que as telas grandes acabam sendo mais atrativas. "Hoje, a prioridade é a compra de uma TV maior", comenta Fernando Baialuna, do instituto de pesquisa GfK. Segundo ele, outras características, como a velocidade de processamento para as funções de smart TV e a qualidade da imagem, aparecem bem atrás nos estudos.
O comportamento também mudou. "Há uns cinco anos, o consumidor queria espalhar televisores pela casa", diz. Atualmente, os planos são outros. "Ele prefere investir em uma única smart TV de tamanho maior e usar um tablet ou o próprio smartphone nos outros ambientes da residência."
Seguindo esta tendência, dados da GfK apontam queda de 5% na venda de TVs com resolução HD, categoria dominada pelos modelos de 32 polegadas. A pesquisa leva em conta o número de aparelhos comercializados de janeiro a agosto de 2021 em relação ao mesmo período do ano passado. Ao mesmo tempo, TVs Full-HD e de resolução 4K tiveram altas de 2,4% e 2,8%.
No recorte por faixa de preço, houve queda de 10% no investimento em TVs de R$ 1.500 a R$ 2.500 e aumento de 16% nas compras de aparelhos de R$ 2.500 a R$ 3.500, considerado o mesmo período. No mapeamento geral do mercado, há empate entre estas duas faixas, que representaram, cada uma, 33% das vendas de janeiro a agosto de 2021.
As duas marcas que mais vendem TVs no Brasil mantêm em linha um único modelo de 32 polegadas. Há alguns anos, a oferta de televisores deste tamanho, tanto da Samsung e da LG como de outros fabricantes, era bem maior. É que, do ponto de vista da indústria, também existe o interesse em estimular o consumidor a investir em telas maiores, com margens de lucro mais expressivas.
Há ainda um outro detalhe. Hoje, as TVs de 32 polegadas trazem resolução HD, de 1366 por 768 pixels, que é inferior ao padrão Full-HD, de 1920 por 1080 pixels, adotado pelos canais abertos de TV digital, pelos pacotes de alta definição da TV por assinatura e pela maior parte do conteúdo dos serviços de streaming.
Como no passado os fabricantes também vendiam telas Full-HD deste tamanho, o consumidor corre o risco de comprar uma TV nova com resolução mais baixa do que a atual. Isto compromete a nitidez da imagem, principalmente quando se chega bem perto do televisor.
REPRODUÇÃO/lg
TV de 32": resolução e recursos mais modestos
Segundo a Samsung, em telas menores, como as de 32 polegadas, os pixels ficam tão compactados que a resolução HD é suficientemente boa para a visualização das imagens, considerando que os consumidores tendem a ficar a 1 metro e meio do televisor. Em modelos de 40 e 43 polegadas, resoluções Full-HD e até UHD (4K) já começam a se mostrar proveitosas, porque estas telas demandam uma maior quantidade de pixels para transmitir nitidez.
"Com o avanço na resolução das TVs, não é necessário ter muito espaço para adotar uma tela grande", diz Cintia Viani, gerente de marketing para televisores da LG. "Por isso, apostamos em um único modelo de 32 polegadas, que atende às necessidades do mercado."
Mas é bom o consumidor ficar atento. As TVs de 32 a 43 polegadas com resolução HD e Full-HD também costumam trazer um processador mais modesto para acessar as funções smart e de inteligência artificial, como comandos de voz. É comum também encontrar menos recursos e até um controle remoto diferente dos modelos com definição 4K, como acontece na linha da LG.
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