CRISE
Reprodução/Twitter
Cartazes de apoio às reivindicações do sindicato dos operários; Hollywood pode sofrer nova greve
Após 14 anos, Hollywood sofre ameaça de uma nova greve que pode paralisar as produções do cinema e da TV. O IATSE, sigla original da Aliança Internacional dos Operários de Palco, confirmou nesta quarta (13) que a indústria sofrerá uma paralisação oficial na próxima segunda-feira (18). A última grande crise ocorreu em 2007 e afetou inúmeras séries e filmes.
O anúncio foi feito por Matthew Loeb, presidente do sindicato, em comunicado oficial. A decisão foi tomada após a organização não chegar a um acordo com a AMPTP (Aliança de Produções Televisivas e Cinematográficas), representante dos estúdios e produtoras dos Estados Unidos, para melhorias nas condições de trabalho de seus associados.
No texto, Loeb afirma que o sindicato continuará a negociar com os produtores durante a atual semana com a esperança de entrarem em um acordo. As reivindicações feitas pelo grupo incluem "períodos de descanso razoáveis, pausas para alimentação e um salário mínimo para os funcionários na base da escala de contratos".
O presidente ainda acrescentou que, apesar das tentativas, o ritmo das negociações não reflete um senso de urgência por parte dos produtores.
"Sem uma data de término, poderíamos continuar falando para sempre. Nossos membros merecem ter suas necessidades básicas atendidas agora", escreveu Loeb.
Como resposta, AMPTP emitiu um comunicado apontando que "ainda restam cinco dias inteiros para a data de início da greve e que os estúdios continuaram a negociar de boa-fé para que os novos contratos mantenha a indústria funcionando".
Em votação realizada recentemente, os membros da IATSE votaram de forma quase unânime para que Loeb tivesse autoridade para optar pelo início da greve no caso das negociações não prosseguirem de forma positiva para os mais de 60 mil operários de Hollywood.
A ameaça de greve já circula nos corredores de Hollywood há cinco meses. Líderes do sindicato tentam negociar com os chefões dos estúdios e produtores para melhores condições de trabalho nas produções da indústria para os operários.
Os representantes dos operários apresentaram dados que comprovam períodos inadequados e horários não recomendados de descanso em produções no cinema e na TV. O IATSE se juntou a outras 12 organizações locais para reivindicar salário mínimo, benefícios sustentáveis e "taxas de novas mídias" que refletem o sucesso das empresas de streaming.
Em 2020, a pandemia de Covid-19 e o sucesso das plataformas de streaming evitaram que uma nova greve de roteiristas paralisasse Hollywood e agravasse os problemas da indústria durante a crise sanitária. Em 2007, uma paralisação deu prejuízo de US$ 2,1 bilhões (R$ 11,39 bilhões, na conversão atual) ao Estado da Califórnia, onde se concentra boa parte da indústria de entretenimento.
Cerca de 37 mil pessoas perderam empregos, segundo relatório do instituto de pesquisa Milken. Na época, os estúdios ficaram muito pressionados, porque até atores renomados apoiaram os roteiristas.
© 2024 Notícias da TV | Proibida a reprodução
Mais lidas
Política de comentários
Este espaço visa ampliar o debate sobre o assunto abordado na notícia, democrática e respeitosamente. Não são aceitos comentários anônimos nem que firam leis e princípios éticos e morais ou que promovam atividades ilícitas ou criminosas. Assim, comentários caluniosos, difamatórios, preconceituosos, ofensivos, agressivos, que usam palavras de baixo calão, incitam a violência, exprimam discurso de ódio ou contenham links são sumariamente deletados.